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Acordo de minerais críticos proposto por Trump pode ser assinado

Acordo de minerais críticos proposto por Donald Trump pode ser assinado pela Ucrânia, levantando questionamentos sobre geopolítica, segurança e interesses económicos.

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Donald Trump discute acordo de minerais críticos com a Ucrânia.

Autoridades da Ucrânia indicaram que assinaram o acordo de minerais críticos proposto por Donald Trump, segundo informações da BBC News Brasil e Reuters. O acordo daria acesso aos Estados Unidos para a exploração desses recursos em solo ucraniano, uma decisão que surge poucas horas após o presidente russo, Vladimir Putin, sugerir que empresas americanas poderiam explorar minerais críticos em territórios ocupados pela Rússia desde 2014.

A Casa Branca organiza uma visita do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para discutir o tema nos próximos dias. O acordo, que teria sido anteriormente rejeitado por Kiev, surge em um momento no qual a Ucrânia busca fortalecer seus laços com os Estados Unidos. Entretanto, especialistas apontam que o pacto não inclui garantias de segurança para o país.

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Contexto do acordo e impactos geopolíticos

De acordo com informações do Financial Times, uma versão anterior do acordo previa que os EUA teriam 50% de todos os contratos relacionados a petróleo, gás, infraestrutura e minerais raros da Ucrânia. Entretanto, o novo formato exclui petróleo e gás, focando apenas na exploração mineral.

Essa mudança pode estar relacionada a movimentações recentes da Rússia, que tomou territórios ricos em lítio no Donetsk, o que daria ao Kremlin controle sobre metade desses recursos na Ucrânia. Putin reagiu às negociações americanas sugerindo que também permitiria a exploração de minerais críticos por empresas dos EUA nos territórios ocupados pela Rússia.

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O analista Lorival Sant’Anna aponta que a ausência de garantias de segurança para investimentos americanos na Ucrânia levanta questões sobre como o acordo será implementado. Ele também destacou que Trump historicamente usa táticas de negociação agressivas, estabelecendo demandas elevadas para depois ceder gradualmente até atingir seus reais objetivos.

Trump e a NATO: credibilidade em jogo

A estratégia de Trump, porém, pode estar minando a credibilidade da NATO, de acordo com especialistas. O ex-presidente já sugeriu que os EUA poderiam se retirar da aliança, o que deixaria a segurança da Ucrânia ainda mais fragilizada. Segundo análises do WW da BBC News Brasil, Trump teria ameaçado retirar contingentes militares americanos da Europa, o que poderia enfraquecer a defesa coletiva contra a Rússia.

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O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, também teria indicado que tropas europeias que forem enviadas à Ucrânia não estariam sob proteção da NATO. Isso pode criar um vácuo de segurança, deixando a Rússia em uma posição de maior vantagem estratégica.

China e a disputa pelos minerais críticos

Outro fator relevante é a competição geopolítica entre EUA e China. De acordo com declarações do assessor de segurança nacional dos EUA, Mike Waltz, a Ucrânia possui minas de alumínio que poderiam reduzir a dependência americana dos minerais chineses. A proposta de Trump estaria alinhada com essa estratégia de reduzir a influência da China na cadeia global de suprimentos.

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Por outro lado, Pequim também tem ampliado suas movimentações na ásia-pacífico. No mesmo dia em que as negociações sobre o acordo de minerais críticos vieram à tona, a China realizou uma manobra naval agressiva entre Austrália e Nova Zelândia, testando a resposta militar dos EUA na região.

O acordo de minerais críticos entre EUA e Ucrânia representa um dos desdobramentos mais complexos da guerra e das disputas geopolíticas atuais. Enquanto Trump busca garantir acesso a recursos valiosos, sua estratégia pode estar fragilizando alianças e colocando Kiev em uma posição vulnerável. As próximas semanas serão cruciais para determinar como Zelensky reagirá e quais serão os impactos para o equilíbrio de forças na região.

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