Polémica envolvendo concorrente do (Miss) África do Sul gera reacções de organizações e figuras públicas
Organização Sonke Condena Violência de Género Xenofóbica e Facilitada pela Tecnologia Contra Chidimma Onwe Adetshina, Concorrente do (Miss) África do Sul.
A organização não governamental sul-africana Sonke Gender Justice, conhecida por defender os direitos das mulheres e combater a violência de género (VBG), emitiu um comunicado condenando o assédio e o bullying online direccionados à finalista do (Miss) África do Sul, Chidimma Onwe Adetshina. A concorrente, que avançou para o Top 30 do concurso, tem enfrentado críticas nas redes sociais devido à sua elegibilidade, com detractores questionando a sua identidade sul-africana, uma vez que, apesar de ter nascido na África do Sul, o seu pai é nigeriano.
Na sua declaração, a Sonke afirma que “condena veementemente a Violência de Género Facilitada pela Tecnologia (TFGBV), incluindo o bullying e o assédio direccionados a Chidimma Onwe Adetshina”. A organização também criticou as declarações do Ministro dos Desportos, Artes e Cultura, Gayton McKenzie, que, ao responder a um comentário numa rede social sobre a participação de Adetshina, sugeriu que nigerianos não deveriam competir num concurso sul-africano. “Como funcionário público, Gayton McKenzie deveria ter exercido o seu poder de forma responsável, defendendo as leis deste país e protegendo os seus cidadãos”, afirmou a Sonke.
Pearl Thusi Defende Chidimma Adetshina e Critica Discriminação
A actriz e DJ sul-africana Pearl Thusi também se manifestou em defesa de Chidimma Adetshina. Num vídeo que circula nas redes sociais, Pearl criticou os ataques raciais e xenofóbicos dirigidos à concorrente, ressaltando que Adetshina nasceu e foi criada na África do Sul, e que, portanto, é sul-africana. Ela apontou que se Adetshina fosse branca e tivesse uma ascendência mista europeia, a sua participação no concurso talvez não gerasse o mesmo nível de controvérsia.
“Se ela fosse uma garota branca e fosse metade francesa, metade outra coisa, vocês talvez nunca tivessem notado. Mas como o nome dela é o que é agora, é um grande problema. Temos pessoas nas nossas equipas de críquete, no nosso parlamento e em diferentes sectores cujos pais não são sul-africanos, mas que nasceram aqui. E essa garota tem que sofrer porque ela é negra, é mulher e está num concurso?”, questionou Pearl Thusi, destacando a hipocrisia e o racismo presentes nas críticas.
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