CAPA
Álvaro Massingue reconhece campo minado, mas reafirma compromisso com o sector privado
Segundo Massingue, essa missão consiste em contribuir para uma CTA mais próxima dos seus membros, mais preparada para os desafios dos novos tempos, e mais influente na definição de políticas públicas que impulsionem o desenvolvimento económico, associativo e empresarial do país.

O candidato à presidência da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Álvaro Massingue, declarou ter plena consciência dos desafios que se avizinhavam na sua candidatura, afirmando que desde o início sabia estar a concorrer num “campo eleitoral bastante minado”. Ainda assim, garantiu que não irá desistir da sua missão.
Segundo Massingue, essa missão consiste em contribuir para uma CTA mais próxima dos seus membros, mais preparada para os desafios dos novos tempos, e mais influente na definição de políticas públicas que impulsionem o desenvolvimento económico, associativo e empresarial do país.
“Mais do que lançar uma candidatura, o objectivo é apresentar uma visão e um pacto com os empresários de todo o território nacional — um compromisso com o futuro do sector privado moçambicano”, declarou.
Descrevendo o actual momento como decisivo, Massingue apontou diversos obstáculos que, no seu entender, continuam a afectar o ambiente empresarial nacional, como a burocracia excessiva, a insegurança, a exclusão dos pequenos empreendedores e a fragilidade institucional. Contudo, contrapôs a esses desafios a resiliência do sector privado, a criatividade da juventude, a determinação das mulheres empresárias e o vasto potencial do país, que considera estar ainda por ser plenamente realizado.
“É esta energia que pretendemos mobilizar para construir um Moçambique com todos e para todos”, sublinhou.
Uma proposta alicerçada em cinco pilares
Na ocasião, o candidato apresentou os três primeiros pilares da sua proposta de governação na CTA, destacando medidas concretas para revitalizar o papel da instituição.
1. Uma CTA forte, representativa e descentralizada
Pretende garantir uma presença efectiva em todas as províncias e distritos do país, através da instalação de escritórios provinciais devidamente equipados e de um programa robusto de capacitação institucional. Defende igualmente a revisão dos estatutos e regulamentos, bem como a realização de um levantamento exaustivo das expectativas dos membros, com vista à sua conversão em serviços concretos.
2. Aprovação de um ambiente de negócio competitivo e clima de investimento justo
Defende a simplificação administrativa, estabilidade fiscal e justiça regulatória. Promete trabalhar com o governo e parceiros para eliminar barreiras ao investimento e práticas que encarecem a actividade empresarial. Massingue compromete-se a promover o diálogo público-privado, reformas nos sectores laboral, fiscal e aduaneiro, e a modernização empresarial através da digitalização. Enfatiza ainda a importância da previsibilidade jurídica e do respeito ao quadro legal vigente.
3. Estruturas e serviços orientados para a produtividade e inovação
Propõe um enfoque na melhoria da conectividade, energia fiável, digitalização e logística moderna. Anuncia a criação de um pelouro dedicado a infraestruturas e serviços, para coordenar acções com o governo e impulsionar parcerias público-privadas. As prioridades incluem a modernização de ferrovias e portos, o reforço de infraestruturas urbanas (água e saneamento), o acesso à energia, sistemas de transporte sustentáveis e soluções habitacionais acessíveis.
Compromisso com a transformação institucional
Álvaro Massingue reiterou que, apesar das dificuldades reconhecidas, está determinado a contribuir para a construção de um sector privado moçambicano mais dinâmico, moderno e inclusivo.
A sua candidatura, segundo explicou, não visa apenas ocupar um cargo, mas sobretudo influenciar de forma proactiva as políticas públicas e as condições para o florescimento de negócios no país.