ELEIÇÕES
Angola em Foco: Chivukuvuku, MPLA e as Eleições de 2027

21 de Janeiro de 2025 – O cenário político em Angola continua a ser palco de intensos debates e estratégias, à medida que o país se aproxima das eleições gerais de 2027. A possível aliança entre Abel Chivukuvuku, líder do PRA-JA Servir Angola, e o MPLA tem dominado as conversas políticas e mediáticas.
Desde a legalização do PRA-JA em outubro de 2024, após anos de rejeições pelo Tribunal Constitucional, surgiram rumores de uma suposta coligação com o partido no poder, o MPLA. Chivukuvuku, que também lidera a Frente Patriótica Unida (FPU) em conjunto com a UNITA e o Bloco Democrático, nega qualquer acordo. No entanto, as suas declarações recentes de que “em 2027 seremos governo ou parte do governo” aumentaram as especulações.
Críticas e reacções
A possibilidade de uma coligação com o MPLA é vista por muitos como uma traição aos angolanos que anseiam por alternância política. Feliciano Lourenço, comentador político, afirmou que tal movimento comprometeria a credibilidade de Chivukuvuku e poderia marcar o fim do seu percurso político.
David Songo, cientista político, destaca que, embora Chivukuvuku tenha justificado a criação do PRA-JA como um passo rumo ao governo, a hipótese de uma aliança com o MPLA seria incoerente com os objetivos da FPU, composta por forças políticas e cívicas que têm enfrentado o partido no poder.
Impacto nas redes e na sociedade
Nas redes sociais, os apoiantes da FPU manifestam frustração e preocupação. Muitos temem que esta possível coligação fragilize a oposição e comprometa a luta pela democracia em Angola.
Por outro lado, líderes do PRA-JA que ocupam cargos parlamentares pela lista da UNITA deverão renunciar aos seus mandatos, de acordo com a lei, caso decidam seguir independentes. Chivukuvuku já anunciou que deixará o seu cargo de deputado por Luanda.
Independência de Angola e posição do MPLA
O contexto destas discussões ocorre no ano do 50.º aniversário da independência de Angola. O MPLA, no poder desde 1975, enfrenta críticas por adiar o aumento salarial para os funcionários públicos, uma decisão que tem gerado tensões com os sindicatos.
Além disso, quatro ativistas libertados recentemente após um indulto presidencial afirmaram que esta medida é um “retrocesso” na luta cívica, ao transmitir a mensagem de que críticas ao governo podem resultar em represálias.