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Política

António Muchanga questiona o futuro de Moçambique

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António Muchanga questiona o futuro de Moçambique

Num aceso e vibrante debate televisivo na FTV, o Político António Muchanga destacou-se pela sua intervenção incisiva, abordando uma série de questões de grande relevância para a nação.  Muchanga não poupou palavras ao expressar a sua profunda preocupação com a direcção que o país tem tomado, nomeadamente a actuação do , evidenciando a sua insatisfação face aos rumos tomados nas várias esferas do domínio político e social.

A sua intervenção teve início com uma forte crítica ao processo de aprovação de um livro que, segundo ele, difama o rapper Azagaia. Muchanga questionou a veracidade da versão oficial sobre a aprovação da obra e acusou o governo de mentir sobre o processo. Segundo o Político, a obra foi aprovada por membros do Ministério da Educação, provavelmente por alguém dentro da máquina governamental que, tendo motivações pessoais contra o artista, tenha possibilitado a sua publicação. O livro, com o selo do governo, é, para Muchanga, uma demonstração clara de erro estratégico. De forma veemente, exigiu que os responsáveis pela comercialização do livro, que contém críticas duras a Azagaia, devolvessem o dinheiro à sua família, considerando que o conteúdo prejudica não só o artista, mas também a imagem do país.

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A crítica de Muchanga não se limitou a este ponto, estendendo-se ao comportamento do Ministro da Administração Estatal, que, segundo ele, demonstra vaidade e falta de respeito, nomeadamente para com as gerações mais velhas. Essa postura, na perspectiva de Muchanga, reflecte a ausência de compromisso com os valores fundamentais da convivência social e do respeito pela cidadania.

O debate aprofundou-se quando o comentador abordou a questão da falta de promoções e progressões na função pública. Muchanga tentou contextualizar o problema, explicando que a raiz da situação não se encontra na má vontade do governo, mas antes na escassez de recursos orçamentais. No entanto, ele apelou a uma solução mais estratégica e eficaz por parte do para resolver esta questão.

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Em seguida, Muchanga dirigiu-se ao Presidente da República, apelando para que iniciasse um com o engenheiro Venâncio Mondlane, o segundo candidato mais votado nas últimas eleições. Na sua visão, o país necessitava de um esforço mais inclusivo, que privilegiasse o diálogo com sectores da sociedade civil, em vez de uma política que, na sua opinião, tem favorecido unicamente os partidos políticos, sem que se tenha alcançado os resultados esperados.

Ao questionar a credibilidade do governo sobre a autorização do livro, Muchanga apresentou evidências de que a obra possuía o carimbo do Ministério da Educação, contrariando as afirmações oficiais que negavam qualquer autorização. A sua intervenção sugeriu que a falta de dentro da administração pública permitiu que o nome do governo fosse utilizado de forma desleixada, algo que o intelectual comparou ao caso das dívidas ocultas, onde decisões foram tomadas sem consulta às entidades competentes.

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A crítica ao governo continuou, abrangendo a sua postura face a questões como os direitos da comunidade LGBT e as manifestações juvenis. Muchanga considerou que as respostas do governo a esses problemas têm sido superficiais e ineficazes, exemplificando com o caso das bolas de como solução para questões estruturais mais complexas.

O debate também trouxe à tona a necessidade de acerca da autora do livro polémico. Muchanga exigiu que o Ministério da Educação esclarecesse o perfil da autora, apontando que esta vinha de uma família abastada e estava a semear divisão social com a publicação da obra. Ao mesmo tempo, defendeu que o Ministério da Educação deveria indemnizar a família de Azagaia caso fosse comprovado que houve para prejudicar o artista.

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Muito do seu discurso foi também dedicado à reflexão sobre os problemas socioeconómicos do país, com especial enfoque no elevado custo de vida e no desemprego. Muchanga recordou o período do plano de reabilitação económica nos anos 80 e criticou as falhas do governo na criação de políticas eficazes para resolver problemas estruturais como a exploração de e o crescente desemprego, principalmente entre os jovens. A sua crítica ao 13.º salário foi contundente, apontando que a medida apenas beneficia aqueles com emprego formal, ignorando a realidade de milhares de jovens e crianças que são forçados a trabalhar para ajudar nas suas famílias.

Muchanga não poupou também críticas ao sistema de justiça, citando o caso de um condenado a 8 anos de prisão por matar um macaco, algo que considerou um reflexo da ineficácia e da falta de proporcionalidade do sistema judicial no país.

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No final da sua intervenção, Muchanga fez um apelo sincero aos membros da Frelimo, instando-os a alertar o Presidente para o perigo do rumo que o país está a seguir. Afirmou que o Moçambique precisa de uma mudança de rumo urgente, para garantir um futuro melhor para todos os moçambicanos.

Com uma linguagem acessível, mas carregada de profundidade intelectual, a intervenção de António Muchanga no debate da FTV foi uma crítica acérrima ao governo, destacando falhas na gestão pública e na falta de diálogo com a sociedade. As suas palavras revelaram uma preocupação genuína com a situação do país, defendendo uma mais inclusiva e ética, capaz de enfrentar as várias dificuldades sociais e económicas que Moçambique enfrenta.

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