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Autogás inaugura posto de abastecimento de gás natural veicular na Matola

A empresa Autogás procedeu, recentemente, à inauguração oficial do seu novo posto de abastecimento de Gás Natural Veicular (GNV), instalado nas imediações do terminal da empresa ETM, na cidade da Matola. A infra-estrutura, cuja concepção remonta a alguns anos, surge na esteira da previsão da disponibilidade de autocarros movidos a gás no município, representando um marco estratégico na ampliação da rede nacional de postos de abastecimento de GNV em Moçambique.
De acordo com João das Neves, Director Executivo da Autogás, o projecto foi idealizado tendo em vista a futura introdução de autocarros a gás na Matola. O responsável revelou que o investimento rondou os 850 mil dólares norte-americanos e permitiu a criação de 32 postos de trabalho temporários durante a fase de construção, abrangendo sectores como construção civil, electricidade, serralharia, mecânica, consultoria e engenharia.
Das Neves destacou, ainda, os constrangimentos enfrentados durante a execução do projecto, sobretudo no que tange à ligação do posto ao gasoduto e à conclusão da ligação eléctrica, enaltecendo a persistência e resiliência da Autogás na superação desses obstáculos.
“Parecia que, a cada passo que dávamos em frente, surgia sempre algo para nos fazer recuar. Com persistência e uma dose de teimosia positiva, conseguimos mais uma vez demonstrar o nosso compromisso com o processo de expansão da nossa rede de abastecimento, para que cada vez mais moçambicanos possam usufruir da riqueza que é o gás natural moçambicano”, declarou João das Neves.
O Director Executivo referiu que a nova infra-estrutura tem capacidade para abastecer cerca de 1.000 viaturas por dia, entre as quais se incluem aproximadamente 200 autocarros e 800 viaturas ligeiras. O funcionamento do posto irá criar 12 empregos permanentes, com prioridade para a juventude local, sendo que metade das vagas será destinada a mulheres.
No tocante aos benefícios, Das Neves sublinhou que os utentes poderão registar uma poupança anual na ordem dos 65 milhões de meticais, graças à utilização do GNV. Acrescentou que o Estado moçambicano poderá economizar, anualmente, cerca de um milhão de dólares em importação de combustíveis fósseis, além de arrecadar, por via deste posto, aproximadamente 8 milhões de meticais em impostos e taxas. Do ponto de vista ambiental, prevê-se uma redução de até 300 toneladas de dióxido de carbono por ano, devido à substituição dos combustíveis líquidos pelo gás natural.
Por sua vez, o Presidente do Conselho Municipal da Matola, Júlio Parruque, congratulou a Autogás pela iniciativa, sublinhando a sua importância para o desenvolvimento sustentável do município. Parruque frisou que a governação moderna deve privilegiar soluções sustentáveis do ponto de vista ambiental e racionais do ponto de vista económico. Segundo explicou, a aposta no gás natural para transporte público urbano enquadra-se nos objectivos estratégicos de redução de emissões, racionalização de custos logísticos e melhoria da qualidade de vida dos cidadãos.
O edil reconheceu que a implementação do projecto foi morosa, tendo enfrentado alguma resistência natural às mudanças, fenómeno habitual em iniciativas inovadoras. Contudo, reafirmou a postura progressista do município em acolher projectos transformadores.
De forma concreta, referiu que a inauguração do posto permitirá ao município uma gestão mais eficiente do seu sistema de transporte público, ao mesmo tempo que optimiza o serviço prestado aos munícipes. Informou que a empresa municipal de transportes já possui duas viaturas movidas a gás, registando poupanças de 50% a 60% nos custos de combustível, poupanças essas que se pretende reinvestir na aquisição de mais autocarros, com vista à ampliação da frota que actualmente transporta cerca de 200 mil passageiros.
Parruque agradeceu o investimento da Autogás, enaltecendo a sua visão estratégica em apostar na Matola, cidade com elevado potencial de mercado. Terminou parabenizando a empresa, os seus parceiros e a ETM, considerando este novo posto como um marco de progresso para o município.
Durante a cerimónia, um dos primeiros utentes a abastecer no novo posto exprimiu a sua satisfação:
“Trabalho aqui na zona e, para quem sai para Liberdade, este posto facilita imenso. Está próximo e ajuda muito no dia-a-dia”.
Ao comparar os custos, referiu:
“A vantagem está mesmo na economia. O gás é notavelmente mais barato do que a gasolina. Por exemplo, com 100 meticais em gasolina, mal se mexe no depósito; mas com o gás, a diferença é grande”.
O mesmo utente apelou à expansão da rede de postos de GNV:
“Era urgente ter mais postos. Vim em emergência e só este é que salvou. Expandir seria ideal”.