O governador do Banco Central Rogério Zandamela decidiu através de uma reunião realizado em Maputo, com os membros do Comité de Política Monetária (CPMO) manter a taxa de juro de política monetária, taxa MIMO, em 13,25%. Esta decisão é sustentada pela ligeira melhoria das perspectivas da inflação doméstica no curto e médio prazo, não obstante, o agravamento dos riscos e incertezas, sobretudo os associados à pressão fiscal, aos choques climáticos no país e ao aumento dos preços do petróleo e dos bens alimentares no mercado internacional.
Segundo o documento que Jornal Visão Moçambique teve acesso justifica decisão dos riscos como uma, incertezas associados às projeções de inflação agravaram-se.
Ao nível interno, destacando o aumento da pressão fiscal perante os enormes desafios que o país atravessa, as incertezas quanto ao prolongamento e magnitude dos efeitos da COVID-19 na economia, e o impacto dos choques climáticos. No mesmo documento fala do nível externo, a tendência para o aumento dos preços do petróleo e dos bens alimentares, o agravamento da tensão geopolítica na Europa, bem assim a prevalência das incertezas em relação aos efeitos da pandemia.
As perspectivas de inflação para o curto e médio prazo foram revistas em baixa, mantendo-se em um
dígito. A inflação anual manteve-se estável em dezembro de 2021, tendo-se fixado em 6,7%, após 6,8% em
Novembro, favorecida pela redução do preço dos bens alimentares e bebidas não alcoólicas, num contexto de
estabilidade do Metical. A inflação subjacente, que exclui os preços dos bens e serviços administrados e das
frutas e vegetais, desacelerou. Para o curto e médio prazo, antevê-se uma menor aceleração da inflação a
reflectir, principalmente, a estabilidade do Metical, não obstante, as perspectivas de aumento dos preços dos
bens alimentares e do petróleo no mercado internacional.
Mantêm-se as perspectivas de melhoria da actividade econômica em 2022. Estas previsões decorrem do
relaxamento das medidas de contenção da propagação da COVID-19 ao nível doméstico e mundial, da
execução dos projectos de gás natural na bacia do Rovuma e da maior dinâmica do sector externo. No
entanto, o retorno ao crescimento económico sustentável continuará a exigir o aprofundamento de reformas
estruturantes na economia, visando fortalecer as instituições, melhorar o ambiente de negócios, atrair
investimentos e gerar emprego.
A dívida pública interna aumentou. Em dezembro de 2021, a dívida pública interna, excluindo os
contratos de mútuo e de locação e as responsabilidades em mora, aumentou em 2,4 mil milhões para 220,6
mil milhões de meticais.
As perspectivas macroeconômicas recentes são consentâneas com a manutenção do actual nível da taxa
MIMO no curto prazo, por forma a garantir uma inflação baixa e estável, que constitui o principal objectivo
do Banco de Moçambique. Entretanto, o CPMO continuará a monitorar a evolução dos riscos e incertezas
associados às projecções de inflação e não hesitará em tomar as medidas correctivas necessárias.
De referir que próxima à reunião ordinária do CPMO está agendada para o dia 30 de Março de 2022.
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