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Economia

China desafia hegemonia americana e oferece Nova Ordem Comercial

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São Paulo — Um debate acalorado sobre as tensões comerciais entre China e Estados Unidos dominou o programa, com o professor aprofundando a sobre a mudança de estratégia chinesa diante das políticas proteccionistas de . A discussão, permeada por dados económicos e perspectivas geopolíticas, revelou um cenário de redefinição da ordem comercial global, com a China se apresentando como uma alternativa para nações impactadas pelas ações americanas.

O professor iniciou sua análise concordando com a avaliação de Josias de que a situação entre as duas potências se intensificou. Ele explicou que a raiz do problema reside na disputa entre os dois gigantes económicos, cujos Produtos Internos Brutos (PIBs) somam cifras astronómicas: 28 trilhões de para os Estados Unidos e 19 trilhões para a China. Para ilustrar a magnitude dessa disputa, o professor destacou que a soma dos PIBs dos oito países seguintes na global (incluindo , Alemanha, Índia, Itália e Brasil) totaliza somente 22,4 trilhões de dólares, cerca de 30% a menos que o PIB americano.

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A ruptura no entre Washington e Pequim, comparada a um “telefone que entrou em curto-circuito”, ocorreu, segundo o professor, quando a China reviu sua estratégia em resposta às impostas pelos Estados Unidos. Diante da postura americana, a China adoptou uma nova abordagem: chega de negociação, a resposta será na mesma moeda.

Nesse contexto, a China passou a se oferecer como uma alternativa para o mundo que sofre pressão, posicionando-se como o lado “sensato, racional e equilibrado”. A estratégia chinesa inclui recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) para resolver controvérsias e buscar uma solução racional para a crise, ao mesmo tempo, em que impõe suas próprias regras. Segundo o professor, a China não pretende negociar o retorno ao antigo status quo, mas sim reafirmar a importância de regras para o comércio internacional, as quais teriam sido abandonadas pelos Estados Unidos.

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O professor citou um artigo da revista The Economist, que calculou o impacto das tarifas americanas. A tarifa média americana saltou de 2,5% para 24%, tornando comercialmente inviável a relação com mais de 50 países. Ele ressaltou que mais da metade da população activa mundial, directa ou indirectamente, trabalha para o consumo americano, que representa mais de 35% do total global. Nesse sentido, a China argumenta que, enquanto as regras existiam, ela era uma aliada comercial dos EUA e que a ruptura não partiu de Pequim. O cálculo por trás do aumento tarifário americano foi classificado como “absolutamente não racional”, desprezando diversos vectores económicos.

Josias questionou se a China estaria certa em sua estratégia e qual seria o reflexo dessa situação. O professor respondeu afirmativamente, mencionando a iniciativa chinesa de recorrer à OMC como uma sinalização política de respeito às regras, mesmo que a OMC seja actualmente vista como um organismo “desdentado”. Ao fazer isso, a China se oferece ao mundo como uma alternativa “decente e sensata”.

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No entanto, Josias levantou a preocupação sobre o “temor de sair do colinho da Branca e cair no colinho do Xi Jinping”, questionando os interesses da China em vender seus produtos. O professor reconheceu que a China impõe regras e que a negociação com o país asiático é “dura”, mas enfatizou que a China propõe uma negociação com regras e baseada na realidade. Ele ilustrou a postura imprevisível dos Estados Unidos sob a liderança de Trump, citando o Financial Times e o Global Trade Alert. Enquanto Trump alardeava que dezenas de países buscavam negociar com os EUA, o Global Trade Alert, órgão da OMC, registou que apenas China e Canadá implementaram retaliações efectivas contra as americanas. Além disso, somente 10 países se preparavam para contramedidas e somente 15 realmente buscavam concessões, incluindo Taiwan, e Índia.

Diante dessa realidade, o professor concluiu que a mudança de estratégia da China para o confronto é compreensível. Quanto ao futuro, ele traçou um paralelo com o crescimento dos BRICS, onde a China impulsionou um ritmo mais acelerado de desenvolvimento. A ideia central não seria “sentar no colo da China”, mas sim reabilitar a ideia de uma globalização que retirou bilhões de pessoas da miséria, com um interesse racional dentro desse contexto.

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Ao final do debate, questionado sobre o fim da globalização, o professor, citando Pascal Lamy (ex-director da OMC), afirmou que não se trata do fim, mas sim do fim da globalização como a conhecemos, marcando o início de uma nova globalização. Ele utilizou uma metáfora para ilustrar a resiliência do comércio: “comércio é como água, ele dá sempre um jeito de voltar”. Nesse novo cenário, o professor vislumbra um redesenho geopolítico, com outros actores ganhando espaço na mesa das decisões globais.

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