Brasil
Comandante da Marinha do Brasil abre a XXXI Conferência Naval Interamericana no Rio de Janeiro
O Hotel Hilton Copacabana foi o escolhido para sediar a XXXI Conferência Naval Interamericana, cujo objetivo é promover o intercâmbio de ideias e solidariedade hemisférica dos problemas marítimos que afetam o continente, estimulando contatos profissionais entre as Marinhas dos 19 paises participantes.
Diante de Almirantes da Argentina, Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, El Salvador, Equador, EUA, Guatemala, Holanda, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai, o Comandante da Marinha do Brasil, Almirante de Esquadra, Marcos Sampaio Olsen, abriu o evento.
” A gênese da existência humana e a ascensão das civilizações encontram-se vinculadas ao MAR. Manancial de recursos vitais para a evolução da sociedade, sublinham relação irrefutável de dependência, revelando que, como alicerce primordial, os oceanos permanecem como pilares imprescindíveis à perpetuidade e à prosperidade dos povos.
Historicamente, Nações hegemônicas exerceram influência através do MAR, indissoluvelmente atrelado ao Poder Marítimo do País. Fator decisivo e diferenciador na definição do status quo e na manutenção do prestígio na ordem internacional.
Destarte, o desafio precípuo, que põe em risco a própria existência do Estado, reside no cerne da Força Naval e, por conseguinte, na capacidade de projeção de Poder. Desdobramentos que transcendem os limites de única geração, configuram-se como pronta necessidade para o presente, e assumem caráter de exigência inadiável para a prosperidade das gerações vindouras.
Contrária à ilusória convicção de que uma Nação pacífica permanece incólume às ameaças e hostilidades, subsiste à sólida premissa de que a paz legítima emana da “força do direito do canhão”. Interesses nacionais, em constante mutação, impõem ininterrupta vigilância. Subestimar os riscos à integridade territorial revela alarmante imaturidade no âmbito da Defesa.
A atual conjuntura global, caracterizada por interdependência e crescente instabilidade, demanda uma abordagem estratégica que promova a cooperação e o fortalecimento das relações entre Nações, que coaduna com a realização da trigésima primeira Conferência Naval Interamericana.
A constante ponderação sobre o ambiente operacional; a meticulosa atenção às ameaças multifacetadas; assim como a importância da consecução proficiente de Programas Estratégicos para as Marinhas e, em particular, para o Estado brasileiro, demonstram-se não apenas oportunas, mas imperativas. Confluem, sobretudo, para o eficaz preparo e emprego dos meios no presente, ao tempo que asseguram a obtenção das capacidades operacionais necessárias à consolidação de uma Força Naval moderna e aprestada.
Sob esse prisma, o tema anteposto reveste-se de inequívoca relevância. A adaptação às novas tecnologias; a integração a um cenário mundial em constante evolução; e a imperiosa necessidade de atualizar estratégias e doutrinas enfatizam a importância de acurado planejamento estratégico. Ademais, a contínua capacitação desponta como elemento substancial para assegurar que as Marinhas estejam prontas, preservando a eficácia operativa em um contexto naval dinâmico e interligado.
Momento singular para ressaltar a honra de, pela quinta vez, acolher esta conferência de renome, instituída em 1959, com o propósito último de promover o intercâmbio de ideias, conhecimentos e entendimentos mútuos dos reptos marítimos que permeiam o continente. Nesse sentido, destaco que o presente foro congrega aqueles que nutrem crença pelas “Coisas do MAR”. Prenúncio de que a oportunidade ensejará troca sinérgica de conhecimentos e experiências para enfrentar imponentes questões do porvir. Ademais, permanece como catalisador fundamental para o
incremento de contatos profissionais duradouros e profícuos entre as Instituições.
Por derradeiro, auguro que copiosos debates pavimentem avanços significativos no entendimento sobre os Desafios e Estratégias necessárias para garantir a prontidão operacional das Forças Navais. Convicto de que as interações fomentarão à concepção de diretrizes amplas e eficazes para lidar com adversidades contemporâneas, concorrendo para a construção de um ambiente global mais estável e seguro.
Declaro aberta a trigésima primeira Conferência Naval Interamericana.
“Tudo pela Pátria e pela Marinha””, concluiu Olsen sob aplausos.
Na programação, haverá também reuniões bilaterais entre as autoridades estrangeiras, exposições dos chefes das delegações e uma visita às Instalações do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB).
A Conferência acontece até dia 27 de setembro sob o tema: Desafios e estratégias navais para garantir a prontidão operacional diante das novas tecnologias e da ampliação de responsabilidades das Marinhas: planejamento estratégico, desenvolvimento de doutrinas e capacitação profissional em médio e longo prazos.