A Plataforma Inter-Religioa de Comunicação para a Saúde(PIRCOM) lançou uma campanha para a reflexão sobre Violência Baseada no Género e por parceiro íntimo denominada “Dê Esperança a 1001 Rositas”, tendo como base a história de Rosita Sebastião António Muchanga, activista do projecto Mwanasana da Associação ComuSanas, que fora brutalmente assassinada pelo seu parceiro íntimo na província de Sofala. A campanha em causa surge na medida em que cresce em Moçambique o número de casos de Violência Baseada no Género e por parceiro íntimo bem como o papel dos líderes religiosos na edificação das famílias e das comunidades.
Por serem as confissões religiosas, parte integrante da sociedade e que na maior parte acabam ficando alheias a esta luta, a PIRCOM através da história da Rosita, assassinada pelo parceiro a 21 de Fevereiro do ano em curso, quer espalhar a mensagem sobre o perigo que estes actos trazem à sociedade.
Durante a cerimónia o ARNOVO VILANCULOS, Presidente do Conselho Fiscal da ComuSanas referiu que a desigualdade de género e a discriminação roubam às mulheres e meninas de seus direitos humanos fundamentais, incluindo o direito à educação, saúde e oportunidade económicas. “O desempoderamento resultante também nega às mulheres e raparigas a autonomia sexual, o poder de tomada de decisão, a dignidade e a segurança.”
Mais adiante a fonte aponta que VBG está entre as manifestações mais flagrantes da desigualdade de género em particular por parceiro intimo como é ilustrado no caso da Rosita Muchanga, aumentando o risco de contrair a infecção pelo HIV para mulheres e meninas e, entre as mulheres que vivem com HIV, pode levar à redução do acesso e adesão ao tratamento.
Aquele responsável reforçou que a campanha “Dê Esperança a 1001 Rositas” surge num momento oportuno em que são reportados números elevados de violência doméstica, em parte devido ao confinamento face à pandemia da COVID-19, “e será uma demonstração de que todos somos mais fortes que a violência baseada no género. Temos a Certeza que vai contribuir em grande medida para os esforços da resposta nacional ao HIV e SIDA”.
Em nome do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Maria Luísa, disse no seu discurso que as confissões religiosas gozam no seio das comunidades um papel preponderante pelo que desde 2015 em parceria com o PIRCOM está a ser implementada a iniciativa “Religiões pelos direitos da criança” a qual promove os direitos da criança e a mudança de comportamento nas famílias, de forma a assegurar que toda criança moçambicana possa exercer o seu direito de crescer saudável e num ambiente protector.
Aquela dirigente disse que apesar de melhorias em termos de legislação e políticas relacionadas com o fim da violência contra mulheres e raparigas, ainda subsistem muitos desafios relacionados às normas sociais e igualdade de género, por isso que o UNICEF considera a campanha, pertinente e de extrema importância para a sensibilização de todos os cidadãos sobre a necessidade de se eliminar a violência baseada no género. “Aproveitamos a ocasião para reiterar o nosso compromisso na luta contra todas as formas de violência contra a mulher e criança”.
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