Crise de raptos em Moçambique: Chefe da UNODC elogia esforços das autoridades e oferece apoio técnico e material

O chefe do escritório da Agência das Nações Unidas sobre Droga e Crime (UNODC) em Moçambique, António De Vivo, reconheceu hoje os “esforços” e “empenho” das autoridades no combate aos crimes de raptos no país. Durante a abertura de um seminário sobre a Estratégia Nacional de Combate ao Crime Organizado de Moçambique, De Vivo assegurou apoio técnico e material, destacando o promissor desempenho dos parceiros nacionais.

“Vai demorar algum tempo, como é óbvio. São esforços que demoram tempo, mas o empenho que nós estamos a ver, o desempenho que nós estamos a ver nos processos, dos nossos parceiros nacionais, é extremamente promissor”, afirmou De Vivo aos jornalistas.

A UNODC está colaborando estreitamente com a Procuradoria-Geral da República (PGR) e o Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) em termos de capacitação técnica e fornecimento de equipamento especializado para implementar uma resposta mais eficaz. De Vivo ressaltou que, embora as respostas possam demorar, a seriedade e o comprometimento dos parceiros nacionais são evidentes.

Contudo, o chefe da UNODC enfatizou a necessidade de aprofundar e investigar se as redes envolvidas nos raptos, especialmente de empresários, estão ou não interligadas. A agência das Nações Unidas, especializada em justiça criminal, droga e crime, actua em colaboração com o Governo de Moçambique para combater a criminalidade organizada transnacional, a ameaça terrorista em Cabo Delgado e o fenómeno da corrupção.

A onda de raptos em Moçambique, iniciada em 2011, tem afectado principalmente empresários e seus familiares, com suspeitas de envolvimento de polícias e magistrados. Após um período de relativa estabilidade, casos recentes, como o rapto de um empresário na cidade de Maputo, aumentam as preocupações.

Desde Janeiro de 2023, as autoridades moçambicanas detiveram 38 pessoas relacionadas com a onda de raptos, que registou um total de 13 casos no mesmo período, de acordo com dados oficiais. A situação permanece desafiadora, com a comunidade internacional, representada pela UNODC, comprometida em apoiar os esforços do país para lidar com essa grave ameaça à segurança.