Inger Ashing, directora da Save the Children International que esteve a visitar Cabo Delgado semana passada, descreveu como preocupante o drama das uniões prematuras das crianças no meio do sofrimento.
O número de uniões prematuras entre crianças deslocadas pelo terrorismo na província moçambicana de Cabo Delgado duplicou nos últimos seis meses nos centros de acomodação e bairros de reassentamento em todos os distritos, indicam novos dados divulgados nesta terça-feira, 17, pela organização humanitária Save The Children.
A organização avança que entre Janeiro a Março de 2022, 108 crianças foram empurradas para uniões prematuras, devido a uma combinação de factores, incluindo o sofrimento contínuo vivido nos centros de trânsito e os desafios de recomeçar a vida do zero em áreas distantes, contra 65 casos registados no último trimestre de 2021, de Outubro a Dezembro.
No primeiro trimestre de 2022, prossegue a Save the Children, o número de crianças recém-casadas aumentou de forma constante, de seis em Janeiro, para 32 em Fevereiro e 70 em Março nos distritos de Pemba, Metuge, Chiure e Montepuez.
O preocupante aumento de uniões prematuras é o resultado também de muitos pais estarem a enfrentar a “escolha devastadora” de não poder alimentar a sua família ou abrigar todos os seus filhos e, em vez disso, ter que deixá-los se casar para aliviar a carga de cuidar.
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