Novo ano, novas expectativas, principalmente para o mundo empresarial, uma vez que teve algumas dificuldades para a sua evolução nos anos anteriores devido à pandemia. Nesse contexto, as empresas e seus proprietários acreditam que sendo este o ano das eleições, algumas coisas podem mudar positivamente, pois nenhum candidato gostava de perder a aliança dos que movimentam as cidades economicamente, embora permaneçam penumbras devido ao fraco apoio governamental.
Na primeira edição PDF do ano, o Jornal Visão Moçambique, elegeu a área de Consultoria como porta de entrada à economia, visto que esta é que maior espaço ocupa, pois vejamos, “a consultoria é um serviço de aconselhamento especializado, realizado por especialistas em determinada área, que orientam o cliente de forma a ajudá-lo a atingir seus objectivos. No processo de consultoria, assim como o consultor, o próprio cliente orientado tem responsabilidade no processo em prol da conquista de objectivos. Pode-se dizer que a responsabilidade fica 50% a cargo de cada um, pois o consultor dá indicações com o intuito de potencializar as capacidades de seu cliente, que deve segui-las para chegar ao resultado almejado.”
O ano 2023 é um ano “D”, que espelha várias oportunidades conforme explicamos com base no termo Consultoria. A nossa entrevistada é empresária e Consultora Yara Coelho.
Yara afirma de viva voz que “sendo um ano de eleições é pouco provável que se assista um grande défice no sector empresarial”.
Para a consultora, em anos como este, de eleições, “… Muitos negócios ou aquilo que são desenvolvimentos até ao nível do próprio Estado, ficam parados e o parado é um dos maiores investidores ou clientes que temos dentro de um mercado, e a vermos que esses valores serão canalizados para as eleições, já se consegue perceber que… Vamos ter algum défice nalguns sectores no mercado… Sendo assim, tudo o que se pode considerar valor será sempre canalizado para as eleições e para os outros que tiverem algum negócio por nascer ou até mesmo para colocá-lo ao mercado, será muito complicado”. Atirou
JVM: Disse no ano anterior que o Governo tem exigido muito dos empresários. Acredita que isso irá mudar, olhando mesmo para a questão de ser este, um ano eleitoral?
YC: Por causa da questão de querer adquirir o voto… parece que as coisas estão a aliviar, o que segundo a experiência que tenho, não passa de uma mera estratégia, para poder aliciar, o que é normal, mas na realidade, é só superficial porque quando tudo isto fechar e se apresentar um novo presidente ou se fazer o terceiro mandato, o que está ainda em discussão, já se pode perceber que realmente isso não vai mudar, pois todos os gastos que estão a ser aplicados para as eleições, de alguma forma o Estado terá de reverter isso pela cobrança dos impostos, logo nada muda neste país.
JVM: A área de consultoria poderá conhecer inovações, digo porque nos últimos dias a tecnologia está a ganhar terreno no país?
YC: Acho que já evoluímos bastante, mas acredito que ainda haja muito trabalho a ser feito a nível da tecnologia, pois, o ponto número um é evoluir para a tecnologia, porque facilita o trabalho em qualquer ponto, liga países, sendo assim necessário que evoluamos para a tecnologia. Um exemplo claro, foi a pandemia da Covid-19 que nos obrigou a criar soluções extraordinárias para que o trabalho não parasse, porque não evoluir para a tecnologia. Arrendam-se os escritórios, mais por condições domiciliares e processos, porém todo trabalho é feito a partir de casa, tudo que é informação se distribui, através das plataformas seguras.
JVM: Para quem não tem acesso às plataformas digitais…?
YC: É aí onde entra o nosso Governo mais uma vez, porque a partir do momento em que se evolui para a própria tecnologia, a parte da educação, que é o primeiro ponto de ligação, deve estar preparada para este assunto. A Covid-19 revelou isso, onde houve grande dificuldade para trabalhar de forma online nas Instituições Públicas, as pessoas não têm condições nem as próprias instalações, não tem internet, não tem computador. Como é que vamos evoluir? Deve-se reavaliar essa situação para que se possa criar essas condições, primeiro para os que estão a aprender, porque é daí que vamos seguir para frente, deve-se reduzir muito o custo do acesso à internet, não se justifica o tanto que se paga, o nosso vizinho (África do Sul) aqui ao lado tudo o que é da área pública ou edifícios públicos, tem internet de borla. Nós temos que pagar muito para ter internet, é nesse sentido que se deve avaliar essa situação.
JVM: Já começou a sentir os efeitos da redução do Imposto sobre o Valor Acrescentado(IVA)?
YC: Para ser sincera, ainda não e duvido que isto possa se fazer sentir. Como uma dona de casa, afirmo que os produtos ainda são caríssimos e como empresária, diminui-se um e entram mais duas taxas, existiam sectores sem taxas do IVA, como é caso da Educação e Saúde, não se justifica, é por isso que não consegui sentir. É importante que o Ministério das finanças aproxime-se nestas instituições, fazer um alinhamento sério de todos os tipos de taxas e retirar tudo o que não é necessário e pôr taxas totalmente limpas e claras para todos os sectores. Os 16% para o IVA, é totalmente um absurdo e vai directamente para o cofre do Estado, existem várias taxas que não deviam existir como o caso do IRPS, essa taxa é absurda.
Yara, sendo consultora há mais de 15 anos em Moçambique, reforça a ideia do governo dialogar mais com as instituições, por forma a encorajar os pequenos empreendedores a contribuírem no PIB e no desenvolvimento do país através dos Impostos e taxas, mas sempre de forma amigável.
A Consultora tem uma experiência longa na área em que opera e não, tendo sido, contabilista, financeira, gestora de projectos entre outras. No seu percurso, já teve a oportunidade de apoiar 8 pequenas médias empresas na sua reestruturação e espera poder ajudar mais, principalmente onde actuam as mulheres como forma de encorajar as mesmas.
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