O Presidente Daniel Chapo dá os primeiros passos na formação do seu governo, uma acção que tem gerado grande expectativa e debate na sociedade moçambicana. A nomeação de Benvinda Levi como Primeira-Ministra, uma jurista com experiência no sector da justiça, marca uma mudança em relação aos governos anteriores que tinham uma forte inclinação económica.
Esta escolha tem sido vista como assertiva, dado o perfil conciliador da nova Primeira-Ministra e sua familiaridade com os processos governamentais, actuando anteriormente como Ministra da Justiça e Conselheira do Presidente da República. Alguns analistas sugerem que a escolha de Benvinda Levi sinaliza uma aposta na reforma legal e na estabilidade social, áreas onde a nova Primeira-Ministra tem um histórico relevante.
A composição do governo de Chapo tem sido notada pela aposta em figuras tecnocráticas, muitas delas jovens, com experiência nos sectores que agora lideram. No entanto, há quem questione a falta de uma figura mais experiente, com mais de 50 ou 60 anos, que ajude a gerir algumas questões.
A escolha de Salim Valá para o Ministério do Plano e Desenvolvimento, um sector resgatado do passado, demonstra a intenção de impulsionar o desenvolvimento nacional, tal como Américo Muchanga, para o sector dos Transportes, Logística, Comunicações e Transformação Digital. A decisão de incluir Cristóvão Chume no Ministério da Defesa gera algumas dúvidas, apesar da sua experiência no Teatro Operacional Norte, dada a persistência da crise de segurança em Cabo Delgado.
Há uma análise geral de que o governo de Daniel Chapo parece ser um governo sem “estrelas”, com uma aposta na segunda linha e nos quadros técnicos. Esta abordagem pode representar uma mudança em relação aos governos anteriores, que muitas vezes eram liderados por membros do Comité Político do partido Frelimo.
A ausência de membros do Comité Político nos cargos de governação sugere uma tentativa de romper com o passado e trazer uma nova dinâmica à governação. Contudo, há também críticas à reduzida presença de mulheres no novo governo, apenas três, e a falta de diversidade regional na composição do governo.
Apesar de alguns analistas considerarem que o governo de Daniel Chapo é uma renovação em relação aos anteriores, o certo é que o novo executivo terá um mandato com metas e contractos de programas que serão acompanhados e avaliados.
A aposta em quadros técnicos que conhecem os problemas do país, a ideia de uma governação digitalizada, e a revisão das leis são algumas das medidas que o novo governo pretende implementar. A expectativa é que o novo governo consiga responder aos anseios dos moçambicanos e implementar as mudanças necessárias para melhorar as condições de vida no país.