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Estádio da Machava ressuscita com garras de Leão: Obras a meio-gás rumo à glória internacional
Obras do Estádio da Machava atingem 50% de execução. Reabilitação inclui novas bancadas, luzes LED, videovigilância e visa acolher jogos internacionais.

Por: Agostinho Muchave
Na mítica arena onde o Presidente Samora Machel proclamou, com voz firme e alma em chamas, a independência da pátria, ecoam agora sons de martelos, brocas e escavadoras. O lendário Estádio da Machava, outrora palco de glórias desportivas e actos históricos, está a renascer das cinzas com o vigor de um guerreiro veterano que se recusa a ser esquecido.
O Ministro da Juventude e Desportos, numa visita simbólica e estratégica ao recinto, confirmou esta semana(02.04.2025) que as obras de reabilitação do Estádio da Machava já atingiram 50% da sua execução, com um ritmo considerado “satisfatório”. Trata-se de uma reviravolta estrutural que visa catapultar o recinto à categoria 3 da CAF (Confederação Africana de Futebol), tornando-o apto para acolher jogos internacionais, com o devido selo de exigência técnica e organizativa.
“Ficamos com uma impressão positiva. A direcção dos Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM), proprietária do estádio, está a dar passos firmes. Vê-se que há uma visão estratégica que liga o desporto ao desenvolvimento económico e social”, declarou o governante, visivelmente encorajado com o que testemunhou.
Segundo ele, a reabilitação do estádio não é apenas uma operação de cimento e ferro. É um acto de resgate de identidade nacional, de projecção da juventude e de reposicionamento de Moçambique no mapa desportivo continental.
Com novas bancadas a ganhar forma, instalação de luzes LED modernas, parques de estacionamento para 700 e 140 viaturas respectivamente, uma pista de ciclismo em renovação, e uma pista de atletismo com tatam de última geração, o Estádio da Machava está a receber um banho de modernidade que o tornará num verdadeiro colosso do desporto moçambicano.
A instalação de sistemas de controlo de acessos com videovigilância inscreve este projecto numa nova era de segurança e gestão de multidões, alinhado aos mais exigentes padrões internacionais.
Do lado da Federação Moçambicana de Futebol, o entusiasmo é palpável. O presidente da entidade, ao comentar sobre as obras, apontou que o estádio poderá servir como alternativa de qualidade para jogos da selecção nacional, evitando a dependência exclusiva do Estádio Nacional do Zimpeto, cujas condições exigem visitas periódicas do Governo para garantir a conservação e funcionalidade.
“Há uma diferença entre construir e cumprir requisitos internacionais. Mas acreditamos que, com o ritmo actual, todos os critérios serão atingidos. Este estádio poderá muito bem acolher partidas oficiais em fases importantes das competições africanas”, explicou o dirigente federativo.
A Machava poderá, portanto, voltar a pulsar com o grito dos adeptos, com o hino nacional entoado por milhares, e com o suor de atletas que carregam a bandeira de Moçambique ao peito.
Mas, como advertiu o Ministro, “não basta construir – é preciso manter. É preciso responsabilizar-se. O que é do povo deve estar sempre em boas condições”.
Este projecto de reabilitação não é apenas um exercício de reabilitação física – é um compromisso com a memória, com o presente e com o futuro do desporto moçambicano. A cada cimento colocado, a cada parafuso apertado, está-se a escrever uma nova página na história do estádio onde começou a liberdade.
Machava, o leão adormecido, desperta novamente. E com ele, desperta também a esperança de um Moçambique mais competitivo, mais preparado, mais orgulhoso das suas raízes e conquistas.