O informe Geral do Estado da Nação, proferido pelo Presidente da República Filipe Jacinto Nyusi, aponta que pouco mais de 1 milhão de moçambicanos saiu da pobreza, número insólito, a contar pelo tempo em que a população atravessou após a covid-19 e a possível recuperação, para se chegar a esse número. Ou seja, dos pouco mais de 30 milhões de habitantes que o país apresenta, em apenas 12 meses 3% saiu da pobreza? Embora o número seja insignificante, mostra um avanço, pois, Moçambique tem mais de 60% da sua população vivendo em extrema pobreza, segundo narra o relatório das nações Unidas.
Em Moçambique, o número supera os 70%. São mais de 22 milhões de pessoas em dificuldade. Desses, 63% vivem abaixo da linha de pobreza. Os dados reforçam outro achado do relatório, que indica que mais da metade das pessoas nesta situação estão na África Subsaariana
Maior parte dos moçambicanos ainda se debatem com o desemprego e falta de infraestruturas, principalmente na província de Nampula, a mais populosa do país. Actualmente, o país conta com perto de 30 milhões de habitantes, seis dos quais estão em Nampula.
Em 1980, a título de exemplo, no primeiro recenseamento da população realizado no país, Nampula tinha cerca de dois milhões de habitantes. Em 2017, ano do último censo populacional, a província contava já com mais de seis milhões de habitantes — registando-se um crescimento de 3,2 por cento em dez anos.
Esta informação consta de um estudo realizado, em 2019, pela Universidade Rovuma, que teve como base a realização de inquéritos a mais de três mil famílias, em nove dos 23 distritos da província.
Falando a DW, Vanito Frey docente da Universidade Rovuma, que participou no estudo, defende que o crescimento populacional, em Moçambique, principalmente na província de Nampula, deve ser acompanhado pelo acesso aos serviços básicos de qualidade e oportunidades de emprego para a juventude que constitui a maioria da população nacional.
A estrutura etária de Moçambique é predominantemente jovem, e isso implica desafios sérios para o sector da educação, não só na província de Nampula, mas no país em geral. Há necessidades de mais escolas para esta estrutura etária de jovens, que constitui uma base da província de Nampula. E se falamos que é uma população jovem, isso tem implicações ao nível do emprego, por exemplo. A juventude precisa de oportunidades de emprego”, disse.
O académico defende que tem de haver “um acompanhamento eficaz relativamente a este crescimento da população”. Este crescimento impõe desafios ao governo, e de modo geral, ao Estado”, afirma.
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