A Presidente da Comissão dos Direitos Humanos na Ordem dos Advogados de Moçambique, Ferosa Chaúque Zacarias, defendeu este posicionamento durante o espaço de entrevista da Tv Miramar denominado FM entrevistada, o qual mereceu destaque ao assunto direitos humanos em Moçambique.
Ferosa disse na introdução à conversa que os últimos eventos naturais e não só trouxeram à céu aberto a imagem e espelho no tocante aos direitos humanos em Moçambique, dando exemplo do comportamento da polícia Municipal que recentemente através das redes sociais circulou um vídeo sendo esta “chacotada” pelos informais na baixa da cidade de Maputo, em mais uma acção de retirada daqueles vendedores.
“Penso que um dos maiores desafios é de ter a pessoa humana a partir da sua família sensível, no respeito ao próximo, não podemos ter pessoas que são só tecnicamente competentes, politicamente capazes, mas que são insensíveis aos direitos humanos, porque se formos a olhar, vou falar concretamente da polícia municipal: quando encontras um polícia municipal a retirar um balde de doces que alguém está a vender, mostra que é alguém de antemão que não tem sensibilidade. Ele devia olhar que ok, a pessoa está a vender de forma ilegal mas o que vou ganhar ao retirar este cesto de couve que esta senhora de couve está a vender? Então. Acho que a chave é essa educação em direitos humanos a partir da tenra idade, educação a partir das famílias e depois chegamos às escolas e a pessoa vai crescendo enquanto tem essa sensibilidade mas, não é isso que está a acontecer”, exemplificou Zacarias.
Para a defensora dos direitos humanos, o mais agravante no meio ao desrespeito pelos direitos humanos, está na ausência de sensibilidade dos actores envolvidos na defesa dos direitos fundamentais e não só, até nas famílias onde, segundo a mesma, deve ser a base de formação de um indivíduo sensível ao respeito pelos outros.
Chamada a analisar o cenário dos direitos humanos em Moçambique, a entrevistada disse estar muito preocupada olhando para o ponto de que mesmo sem estes factores como intempéries, a covid-19 entre outros, “temos um grande problema de se respeitar esse direito. Mas estes factores como intempéries, falo precisamente dos ciclones, desastres ambientais, entre outros que foram acontecendo de menor escala, trouxeram ao alto as violações de direitos humanos e olhando extensivamente para a covid-19, trago o espelho da violação dos direitos humanos dos cidadãos. Então, são situações que vem restringir as pessoas, colocá-las numa situação de vulnerabilidade. Se formos a olhar para o caso da polícia municipal, eu desde que me conheço de gente, sempre vi as pessoas a serem retiradas das ruas de vender, mas agora que estamos na era digital, época dos telefones, as coisas aparecem mais…” – completou.
Assista à íntegra a entrevista aqui: CRÉDITOS à Tv Miramar.
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