Governo moçambicano descarta convite a Venâncio Mondlane para mesa de diálogo

Maputo, 21 de Fevereiro de 2025 — O jurista e analista político Gil Aníbal afirmou que não há obrigatoriedade em chamar o líder opositor Venâncio Mondlane para a mesa de diálogo nacional. Segundo Aníbal, a governação já está consolidada, e o processo eleitoral foi encerrado com a formação do governo pelo Presidente da República.

As declarações surgem em meio a debates sobre a inclusão de Mondlane nas discussões políticas após as manifestações que marcaram os meses pós-eleitorais. Aníbal destacou que, apesar do segundo candidato mais votado ter um assento garantido no Conselho de Estado, tal posição não implica, necessariamente, um convite formal para debates sobre governação.

O analista reforçou que a estabilidade do Estado deve ser assegurada através da legalidade e do respeito às instituições. “O Estado moçambicano é democrático e de direito. Tudo deve basear-se na legalidade”, disse.

Além disso, apontou que o governo está focado na implementação de medidas que possam trazer impactos sociais significativos nos primeiros 100 dias de governação, incluindo ajustes fiscais e estratégias económicas para combater o alto custo de vida. Segundo ele, o sector de Recursos Minerais e Energia pode ter um papel crucial na mitigação da crise, especialmente no controlo da pauta de combustíveis e no combate a cartéis que afectam os preços.

A postura do governo em relação ao diálogo político continua a ser um tema de debate, enquanto diferentes sectores da sociedade avaliam os próximos passos para garantir a estabilidade e o desenvolvimento do país.