Na baixa fértil do Vale de Infulene, as folhas verdes brilham ao sol do Inverno. Couve fresca, alface viçosa e cebola verde cobrem os campos. Mas há um problema: ninguém está a comprar.
Os produtores locais estão a viver um paradoxo doloroso. Depois de um ano difícil marcado por chuvas intensas e manifestações, 2025 trouxe esperança: o clima ajudou, a terra respondeu.
“Estamos a colher boa couve e alface. O campo está bonito, mas não temos clientes”, lamenta Célia Sebastião, com a voz embargada de frustração.
Como ela, Salvador Munguambe e Justino Bauque investiram tempo, dinheiro e esperança. Os insumos agrícolas subiram de preço — fertilizantes para a couve chegam a custar até 10.000 meticais — mas os compradores desapareceram.
Não há escoamento. Não há retorno. Só há abundância… e um silêncio desolador no mercado.