A assinatura do Memorando de Intenções para a Gemelagem entre a Província de Maputo e a Província de Jiangxi, da República Popular da China, marcou, esta segunda-feira, uma nova etapa nas relações de cooperação descentralizada entre Moçambique e o gigante asiático.
O acto, que teve lugar nas instalações do Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, foi dirigido pelo Secretário de Estado na Província de Maputo, Henriques Bongece, e contou com a presença do Vice-Governador da Província de Jiangxi, Chen Junqing, além do Governador de Maputo, Manuel Tule, membros do Conselho Executivo Provincial e administradores distritais de Boane, Moamba, Manhiça e Magude.
O documento estabelece as bases para um acordo de gemelagem que deverá ser formalizado nos próximos meses, com foco no reforço da cooperação económica, cultural e tecnológica. Segundo Bongece, a parceria pretende criar um quadro de intercâmbio entre instituições, empresas e comunidades locais das duas províncias.
“Que este memorando seja o primeiro passo de uma parceria frutífera e duradoura, em benefício dos nossos povos e do fortalecimento das relações entre Moçambique e a China. Estamos confiantes de que esta cooperação permitirá a partilha de conhecimentos, o fortalecimento institucional e a criação de oportunidades de desenvolvimento sustentável”, afirmou o Secretário de Estado.
Embora formalmente apresentada como um gesto de amizade e cooperação, a gemelagem entre Maputo e Jiangxi insere-se numa estratégia mais ampla de diplomacia económica e regionalização das relações externas, em linha com as prioridades do governo moçambicano de diversificar parcerias e atrair investimento direto estrangeiro para as províncias.
Jiangxi, uma província chinesa com forte base industrial e tecnológica, é conhecida pela produção de maquinaria pesada, energias renováveis e transformação agrícola. O entendimento poderá abrir caminho para transferência tecnológica, instalação de indústrias de base e novos corredores comerciais, especialmente nas zonas económicas especiais da Matola, Boane e Moamba.
Fontes próximas do processo indicam que o memorando contempla três áreas prioritárias de cooperação:
Desenvolvimento económico e infra-estrutural, com enfoque em energia, transporte e logística;
Intercâmbio educacional, científico e tecnológico, através de bolsas de formação e programas de pesquisa conjunta;
Promoção cultural e turística, visando aproximar povos e fortalecer o tecido social e diplomático.
