MULHERES CONTINUAM EM RISCO DE CONTAMINAÇÃO DEVIDO AO CUSTO DE VIDA
A violência contra a mulher tem aumentado nos dias que correm. Globalmente, pelo menos uma em cada três mulheres sofreu violência física ou sexual, geralmente pelas mãos de um membro da família ou parceiro íntimo. Esta violência geralmente deixa marcas profundas na vida destas mulheres e raparigas.
O custo de vida, a eclosão da pandemia, são alguns dos factores que influenciam no recrudescimento da violência baseada no género em Moçambique. Desde o anúncio dos primeiros casos de covid-19 no país, as maiores vítimas sempre foram as mulheres e alguns números estatísticos do Instituto Nacional de Saúde (INS) e do próprio MISAU, revelam o aumento de contaminados do sexo feminino a cada dia.
Cerca de Doi mil e Seiscentos e Oitenta casos de violência foram assistidos no ano passado na cidade de Maputo, dentre os quais 68% são Mulheres e 32% são Homens. A informação foi tornada pública esta quinta-feira(18.02.2021) Pelo Comandante Geral da Polícia da Republica de Moçambique, Bernardino Rafael, no acto da visita de trabalho que efectuou no Comando da Cidade de Maputo.
Depois da Visita a este Comando, Bernardino Rafael seguiu para às esquadras esquadra onde visitou a 1ª esquadra na baixa da cidade, de seguida o posto policial da Maquinag e à Vigésima Primeira esquadra no bairro Zimpeto.
A pobreza e o custo de vida, que obrigam várias mulheres a buscar pão para sobrevivência, deixa sem esperança um povo que há pouco menos de 50 anos não conhecia seu destino. Os impactos da covid-19 não são só negativos pelas mortes que causam mas muito pela pobreza que originam às famílias que dependem da labuta, do negócio informal para sobreviver.
Não obstante a isso, esta mulher é espancada pelo parceiro e sem justa causa, pois nenhuma acção violenta encontra espaço para explicação.
A reportagem do Jornal Visão, escalou alguns bairros, mercados e ruas da cidade de Maputo, para perceber de perto o que está por detrás do elevado índice de contaminados pela covid-19 principalmente do sexo feminino.
Reginaldo Manuel, cidadão encontrado nas ruas da cidade capital, aponta que o elevado número de contaminados deve-se a falta de seriedade das pessoas, pois mesmo com restrições impostas, não acreditam que a doença existe.
Reginaldo acredita que o número de contaminados do sexo feminino eleva-se porque a maioria das mulheres sustentam suas famílias e além disso nos mercados são elas que exercem mais a actividade de venda.
Para Nono Mavila, a vulnerabilidade das mulheres e o esquecimento no cumprimento das medidas de prevenção é o motivo. Mavila, avança que a questão de mulheres solteiras ou seja mães solteiras obriga esta camada social a se colocar em risco em busca do sustento.
Maria Isabel que também, avança que a mulher está exposta a todo sofrimento por isso que ela não escapa. Maria concorda com Nono Mavila, dizendo que as mulheres cuidam mais das crianças e ficam mais tempo fora de casa em busca de sustento sendo elas solteiras devido a separações de casais.
Além dos motivos mencionados pelos nossos entrevistados há quem recomenda e reforça as medidas de prevenção para que se evite a contaminação.
Matilde residente no bairro Hulene B, acredita que por serem as mulheres as que cuidam de suas casas e famílias, sejam as maiores vítimas da covid-19. Também segundo Matilde, os mercados são dominados pelas mulheres, pois estão em todo canto da sociedade.
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