O período da Pandemia da Covid-19, que paralisou na totalidade a economia nacional, afectou bastante as empresas privadas e muitas delas que não puderam receber apoio para se socorrer da crise, e, até aí, está bom.
A abertura da economia nacional, pós-covid-19, é sinal de um futuro risonho também para os grandes empresários, perspectivando que a economia de Moçambique se recupere gradualmente desde o ano 2021. A perspectiva parece tomar um rumo diferente e permanecem riscos substanciais devido à incerteza em torno da trajectória da pandemia de COVID-19 (coronavírus). Embora a economia tenha registado sua primeira contracção em 2020 em quase três décadas, comprometendo os ganhos de desenvolvimento duramente conquistados, o crescimento deverá se recuperar no médio prazo, atingindo cerca de 4% este ano.
É nesta senda que a nossa reportagem decidiu entender melhor a situação buscando esclarecimentos com a Empresária há mais de 10 anos, Yara Coelho. Yara disse durante a entrevista que ainda existe um trabalho muito grande no que concerne a questão empresarial e financeira no país, pois há uma tradicional dependência do exterior para que tudo corra sem sobressaltos.
“Dependemos de muita coisa se fora, a grande parte dos empresários nacionais, em particular na agricultura e turismo, tentam ganhar lugar para se estabelecer no mercado. Isso quer dizer que não temos chances de nos compararmos aos outros países. Ainda há muito trabalho a ser feito em termos de estrutura, é verdade que as empresas se realmente querem evoluir devem lutar na estrutura contabilística, financeira e gestão, só isso lhes pode ajudar a evoluir”, reforçou Yara, frisando que Moçambique tem um potencial enorme, porém os empresários têm muitas dificuldades porque o mercado não está fácil e a sobrecarga fiscal começa a constituir grande deficiência.
Se a situação esteve pior para os sectores de transformação e de produção agrícola, o que se pode dizer do sector que nossa entrevistada opera?
Yara Coelho é Consultora há mais de 10 anos e mesmo com larga experiência no mercado não deixou de ressentir-se da crise provocada pela covid-19. A entrevistada reitera que o fraco apoio do governo e as exigências do mesmo para com os empresários, principalmente no tocante a processos fiscais, expõe aquele grupo à crise.
“Os impostos não estão nada fácil, isto é algo que não nos ajuda nós sendo empresários, porque ao ter o lucro a tendência é fugir o máximo do lucro, porque tens que financiar o Estado e o Estado no que lhe concerne não faz nada por ti, e tem mais, eles só sabem exigir” lamenta Yara e apela a uma reflexão sobre a necessidade do Estado apoiar os pequenos e médios empresários, “ver até que ponto se pode ajudar à essas empresas”.
Questionada sobre a situação do mercado empresarial moçambicano, Yara respondeu que o primeiro problema que assolou o mercado empresarial nacional foi a Covid-19. Na sua opinião, até os que conseguiram sobreviver, diz ela “quero acreditar que doravante eles só vão evoluir. Porque quem sobreviveu naquele período de crise sem oportunidade sem nada já nada pode lhe parar, há muita esperança neste mercado uma vez que as coisas já estão acontecer”.
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