O Presidente de Angola, João Lourenço, considerou que o vandalismo registado na segunda-feira em Luanda, durante a paralisação dos taxistas, foi um “acto de terror” que visava tornar o país ingovernável e “subverter o poder democraticamente instituído”.
Entretanto, as associações de taxistas de Angola suspenderam, esta terça-feira, a greve iniciada um dia antes e denunciaram a detenção de mais de uma centena dos seus filiados. Os taxistas apelam ao diálogo e falam em “desinformação” de órgãos públicos.
O anúncio da suspensão da greve foi feito pelos líderes das três organizações que convocaram a paralisação dos serviços, Manuel Faustino, da Associação de Taxistas de Luanda, Francisco Paciente, da Associação Nova Aliança dos Taxistas de Angola, e Rafael Inácio, da Associação dos Taxistas de Angola.
As associações denunciaram a detenção de mais de uma centena dos seus filiados e disseram que a prioridade é a libertação dos taxistas, caso contrário não excluem nova greve.
De acordo com a agência Lusa, Rafael Inácio sublinhou que os associados “realizaram a paralisação de forma pacífica”, disse que muitos foram detidos por se recusarem a carregar passageiros, e que os “taxistas são caçados em casa, alvo de ameaças e de constantes ligações”.
Rafael Inácio, Associação dos taxistas de Angola
As associações de taxistas frisaram que a greve pretendia vincar reivindicações econômicas e sociais dos associados, demarcando-se e condenando uma vez mais os incidentes ocorridos segunda-feira, na zona de Benfica, que provocaram danos materiais.
Além disso, os líderes associativos falaram em “desinformação” de órgãos públicos que teria levado a que as pessoas saíssem à rua, na segunda-feira, contando com os serviços e deparando-se com a situação da falta de táxis, gerando descontentamento e actos de violência.
Os taxistas mostraram-se, ainda, abertos ao diálogo.
Manuel Faustino sublinhou, também, que a decisão da greve não tem a ver apenas com a questão da lotação (antes limitada a 30% da capacidade devido à pandemia de covid-19 e que, segundo o Governo, passou novamente a 100%), mas sim com reivindicações que se arrastam há alguns anos.
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