Nesta segunda-feira, a distribuição e divulgação do dossier mais extenso da história de investigação jornalística, revela podres de muitos políticos que aparentemente se fazem de padres quando isso é zero a esquerda.
Por exemplo Ben Elliot, co-presidente do partido conservador britânico era dono de uma empresa secreta de financiamento de filmes offshore que indirectamente se beneficiou de mais de 120.000 Libras em créditos fiscais do Reino Unido.
A revelação de que Elliot tem uma empresa sediada nas Ilhas Virgens Britânicas – que ele possui com Ben Goldsmith, irmão do colega e ministro conservador Zac – levantará novas questões para o empresário, cujo namoro doadores políticos ultra-ricos, mas controversos, já provocou críticas generalizadas.
Na segunda-feira, Pandora Papers, maior vazamento de dados offshore da história, compartilhado com The Guardian e outras medias pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, está a ajudar a expor como uma série de financiadores de partidos conservadores estão a enfrentar uma série de acusações sobre suas ligações com finanças offshore.
Segundo a denúncia do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, sigla em inglês) divulgada neste domingo (03.10), documentos comprovam que – faltando menos de um mês para ser exonerado de suas funções como primeiro-ministro de Moçambique, em 2012 – Aires Ali teria usado uma consultoria tributária com sede na Suíça para abrir uma empresa de fachada chamada Seicheles.
Outra empresa alegadamente forneceu um accionista e directores, escondendo assim o nome do ex-primeiro ministro. Ali teria autorizado, em 2013, a empresa a abrir uma conta bancária noutra companhia com sede em Lisboa. O político moçambicano ainda não comentou sobre a investigação.
Milhões de documentos vazados pelo ICIJ revelam segredos financeiros de 35 líderes mundiais antigos, actuais e mais de 330 políticos e autoridades de 91 países. Entre as figuras que aparecem no Pandora Papers, estão o Presidente do Quénia, Uhuru Kenyatta, o antigo Presidente da República do Congo, Denis Sassou Nguesso, e o ministro da Segurança do Uganda, Jim Muhwezi.
O Presidente do Quénia, Uhuru Kenyatta, consta da lista. E Hotel em Moçambique é alvo das investigações.
O Presidente do Quénia, Uhuru Kenyatta – que fez campanha contra a corrupção e pela transparência financeira -, juntamente com vários membros da família, é acusado de possuir secretamente uma rede de empresas offshore.
Ao todo, o ICIJ encontrou ligações entre quase 1.000 empresas em paraísos offshore e 336 políticos e funcionários públicos do alto escalão, incluindo mais de uma dúzia de chefes de estado e governo, líderes de país, ministros de gabinete e embaixadores.
Quase dois milhões dos 11,9 milhões de documentos vazados vieram do prestigioso escritório de advocacia do Panamá Aleman, Cordero, Galindo & Lee (Alcogal), que, segundo o ICIJ, se tornou “um íman para os ricos e poderosos da América Latina e de outros lugares que buscam esconder riquezas no exterior.”
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