Para alegria dos residentes: Ilha de Inhambane electrificada

A Ilha dista cerca de dezasseis milhas da capital provincial, não conhecia iluminação da corrente, seja ela, eléctrica, solar e/ou de quaisquer outras fontes. Com pouco mais de trezentos agregados familiares tem a pesca, como a actividade principal para a sua subsistência. 

Para reduzir o sofrimento daqueles cidadãos moçambicanos foi inaugurada recentemente a central eléctrica na Ilha, uma infra-estrutura erguida pela Autarquia local com o apoio do Fundo Nacional de Energia – FUNAE, com capacidade nesta primeira fase de alimentar cerca de 100 casas.

Esta Central é composta por mais de 90 baterias que através dos painéis solares, transmitem a corrente eléctrica naquela terra que nem som de rádio era possível escutar desde a sua existência.

Numa viagem de cerca de uma hora no mar, a nossa equipa de Reportagem testemunhou a entrega desta infra-estrutura. Residentes que até então se beneficiam da corrente não esconderam as suas emoções.

“Estou muito emocionada, estava há anos a espera deste dia. Tenho electrodomésticos a funcionarem, iniciei negócio de venda de peixe porque tenho como conservar. Não existe melhor dia que este nesta Ilha, a promessa do nosso Presidente foi concretizada – falou Telma Inácio uma das residentes.

Por sua vez, o Edil deixou algumas palavras aos munícipes.

Hoje viemos concretizar a promessa que fizemos no âmbito da campanha eleitoral em 2018. Prometi neste local que não terminaria o meu mandato sem electrificar a Ilha e assim o fizemos. Estou ciente de muitos desafios que temos mas, vamos dar um passo de cada vez. Não podemos sabotar a Central eléctrica porque é nossa e devemos vigiar para que ninguém tenha acesso a fazer maldade” – apelou Guimino.

O Edil acrescentou ainda que:

“Temos problemas de água potável e vias de acesso. Este processo vai levar muito tempo porque carece de muitos valores monetários. Este considero nosso calcanhar de Aquiles e tira-me sono porque vocês consomem água imprópria. Estamos a estudar mecanismos de minimizar este cenário” – terminou.

Importa salientar que esta é a fase inicial da distribuição de corrente eléctrica e o edil garantiu que em alguns meses todas as casas da Ilha estarão electrificadas. O sistema de pagamento é o mesmo com Credelec dai que os munícipes não se sentem roubados pois, cada um compra a corrente consoante o seu uso pessoal.

VIAS DE ACESSO PREOCUPAM A EDILIDADE DA CIDADE DE INHAMBANE

Com quase um ano para o término do mandato Benedito Guimino, corre para concretizar o que prometera em 2018 aos seus eleitores. Para o edil o centro das atenções está na organização, abertura e pavimentação de vias de acesso na cidade de Inhambane, que segundo disse, facilitação do escoamento de produtos agrícolas e a circulação de pessoas e bens.

“Circular aqui em Muelé 2 era um problema. Agora o asfalto está melhor. O trabalho que o município tem feito ajuda a todos. Já temos transporte a circular por todos os bairros algo que era impossível, nos últimos anos muita coisa tem mudado, falta apenas a questão de emprego para jovens” – disse Bernardo Caetano, munícipe da cidade de Inhambane.

Benedito Guimino explicou como estão a decorrer as obras ao nível da autarquia.

“Estamos a trabalhar com fundos próprios, é claro que temos conseguido ajuda de alguns parceiros na execução das obras. A maior preocupação agora reside na requalificação do mercado central. Este é o nosso projecto mas, o valor não depende dos cofres do município. Claro que a nossa expectativa era ter entregue a obra há mais de um ano mas, o empreiteiro responsável infra-estrutura quebrou o compromisso, pois, no âmbito da inspecção, verificou-se que a mesma não tinha nenhuma qualidade dai que, rescindimos o contrato e agora temos um novo que, brevemente vai dar início ao trabalho – esclareceu o edil.

Recorde-se a requalificação do mercado central da cidade de Inhambane é parte do manifesto eleitoral de Benedito Guimino, dai a preocupação para o cumprimento.

NO ANO 2020: Relaxamento das medidas de prevenção da Covid-19 alavancou a receita da autarquia em 4 milhões de meticais

Desde que o coronavírus começou a dominar o mundo, a receita global reduziu de uma forma muito complicada. Ao nível do país, são muitas as empresas que fecharam as portas com maior destaque as instâncias turísticas. A Província de Inhambane é a que movimenta mais estrangeiros em Moçambique que procuram pelas melhores praias. Nesta senda, colocava em risco a receita da autarquia de tem como a sua bandeira o turismo.

Durante a entrevista, o edil da cidade da Boa Gente, confirmou o facto e disse que apesar de tudo, o município conseguiu garantir o aumento da receita no ano transacto depois do relaxamento de algumas medidas.

“No ano 2020 tivemos uma receita de vinte e oito milhões de medicais devido à cobrança de impostos e outras actividades. Olhando para o cenário, lutamos para aumentar a receita tanto que em dois mil e vinte e um, a nossa receita foi de trinta e dois milhões de meticais com um acréscimo de quatro milhões comparativamente com o ano dois mil e vinte” – revelou Guimino.

Para o edil da cidade de Inhambane, o ano 2022 deve muito mais abundante em relação aos dois anteriores em termos de arrecadação de receitas, atendendo e considerando que as medidas de prevenção foram na sua maioria relaxadas, abrindo-se espaço para a exploração da principal actividade rentável na província, o turismo.

Author: Jornal Visão Moçambique

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