Maputo Província
Populares incendeiam casa e viatura de agente da polícia acusado de espancar Pedreiro no bairro Intaka

O bairro Intaka, no concelho da Matola, viveu uma noite de terror quando residentes revoltados incendiaram a residência e a viatura de um alegado agente da Unidade de Intervenção Rápida (UIR), acusado de espancar violentamente um pedreiro. A fúria popular foi desencadeada após a morte do trabalhador, que teria tirado a própria vida depois de sucessivas agressões.
História de agressões e impunidade

De acordo com testemunhas, o pedreiro teria realizado um serviço para o agente e, ao tentar cobrar o pagamento, sofreu agressões severas. “Primeiro, ele bateu-lhe e partiu-lhe o braço. O pedreiro foi ao hospital, ficou com gesso e, quando voltou para pedir o dinheiro necessário para remover o gesso, foi novamente espancado”, relatou um familiar da vítima.

Sentindo-se desamparado e sem opções, o pedreiro recorreu ao suicídio, o que gerou a revolta generalizada dos moradores do bairro. A população considerou inaceitável a ação do agente e decidiu agir por conta própria.
Revolta popular e incêndio

A multidão destruiu o muro de vedação da casa do suposto agressor antes de atear fogo à residência e ao seu veículo. Segundo os populares, o agente fugiu do local junto com a esposa antes do ataque. “Ele sabe que o que fez é errado, por isso fugiu”, afirmou um morador indignado.
Os residentes exigem que o agente seja encontrado e responsabilizado judicialmente. “A polícia sabe onde ele está. Se a justiça não for feita, nós próprios vamos agir”, ameaçou outro morador.
Posicionamento das autoridades
Contactado pela imprensa, o Comando da Polícia da República de Moçambique (PRM) na Província de Maputo informou que está a averiguar o caso, sem avançar detalhes sobre a localização do agente acusado.
Enquanto isso, a comunidade continua a exigir justiça pela morte do jovem pedreiro Nelson, que deixou uma viúva e três filhos. O caso lança um alerta sobre a impunidade e abuso de poder por parte de alguns elementos das forças de segurança, alimentando o sentimento de revolta e desconfiança na população local.