Profissionais de Saúde continuam a luta por melhores condições de Trabalho

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Sociedade Civil Insiste no Cumprimento dos Acordos da Negociação para Fim da Greve na Saúde

Há cerca de dois anos, os profissionais de saúde têm reivindicado junto ao Governo por melhores condições de trabalho, resultando em sucessivas paralisações das actividades em todo o país.

As demandas incluem o pagamento de horas extraordinárias em atraso, disponibilização de material médico-cirúrgico e medicamentos essenciais, além de alimentação para os pacientes internados.

Além disso, a classe exige a redução dos descontos nos salários quando buscam aprimorar suas habilidades técnicas e científicas para melhor atender a população, bem como medidas administrativas e reenquadramento definitivo.

Para buscar soluções para esses problemas que afectam gravemente o sector da saúde, foi iniciado um diálogo entre a Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM), representando a classe, e o Governo, representado pelo Ministério da Saúde (MISAU). No entanto, apesar dos avanços e retrocessos ao longo do processo, as demandas desses profissionais ainda não foram plenamente atendidas.

 

Numa altura em que a greve dos profissionais de saúde retomou por falta de consensos e já dura uma semana, a Sociedade Civil defende que há necessidade de se reforçar o dialogo em curso, e haver compromisso no cumprimento dos acordos estabelecidos na mesa de negociações entre o Governo e os Profissionais de Saúde para que estas paralisações cheguem ao fim.

Este posicionamento das Organizações da Sociedade Civil (OSC) foi apresentado recentemente no decurso da XXVª sessão plenária do Observatório de Desenvolvimento da cidade de Maputo, que decorreu sob o lema “A Governação Participativa no Contexto da Descentralização˝.

No evento, Rogério Simango, coordenador do pilar de Financiamento e Gastos Públicos no Observatório Cidadão para Saúde (OCS), que falava em representação das OSC, recomendou ao Governo a cumprir com a sua parte das negociações, alegadamente para que a greve chegue ao fim e consequentemente tenhamos os hospitais a funcionar normalmente e os pacientes a beneficiarem do acesso aos cuidados necessários para o tratamento.

No trabalho de monitoria que o Observatório Cidadão para Saúde vem fazendo, é notório que o funcionamento das unidades sanitárias não é normal, como o Governo tem vindo a declarar.

O que se verifica é que alguns serviços básicos, conforme a APSUSM afirmou no início da greve,  estão a ser garantidos, mas há outros serviços que não.

No hospital provincial de Gaza, por exemplo, o OCS conversou com um paciente que conta que tinha uma cirurgia marcada para esta segunda-feira (06.05). Foi ao hospital e chegado lá teve a informação de que devia aguardar, espera esta que se prolongou até por volta das 19:00 horas. Passado este tempo, foi dito que devia ir para casa e voltar no dia seguinte. Já na terça-feira, mandaram-lhe voltar para casa e retornar ao hospital na próxima semana.

“A informação não foi clara, mas eu sei que é tudo por causa da greve em curso. Há uma tentativa de se esconder que a situação não está boa. Se isto continuar assim, muita gente vai morrer por falta de atendimento hospitalar. É preciso que haja uma solução urgente para acabar com este cenário”, disse o paciente visivelmente preocupado com a situação actual que se vive no sector da saúde.

Face a este cenário, o Observatório Cidadão para Saúde lamenta a atitude do Governo de tentar “fechar o sol com a peneira” perante um problema sério e que pode levar a morte de muitos concidadãos.

Está mais que claro que o Governo usa o método de dividir para reinar, dando primazia as reivindicações da classe médica e desvalorizando as dos enfermeiros, serventes, motoristas, farmacêuticos, entre outros de nível baixo.

Para o OCS, é preciso que haja um equilíbrio no tratamento dos profissionais de saúde, visto que todos têm crucial importância no tratamento dos doentes. O Governo deve, com maior urgência possível, responder aos compromissos assumidos, dando resposta aos pontos colocados na mesa de diálogo e que constam no caderno reivindicativo.

Jornal Visão Moçambique
Author: Jornal Visão Moçambique

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