15 de setembro de 2024

Renamo acusa Filipe Nyusi Comandante-chefe das FDS de “empurrar o país para uma nova guerra”

O presidente da Renamo acusou hoje o chefe de Estado moçambicano de tentar “empurrar o país para uma nova guerra” face à repressão policial de marchas que contestam os resultados eleitorais, considerando que o seu partido não vai recuar

“Inquieta aos moçambicanos que o senhor Filipe Jacinto Nyusi, Comandante-chefe das Forças de Defesa e Segurança, esteja a demonstrar, com a sua voz de comando, que pretende empurrar o país para uma nova guerra”, declarou Ossufo Momade, durante uma conferência de imprensa realizada hoje em Maputo.

Em causa está a repressão policial das marchas lideradas pela Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) para protestar contra os resultados das eleições de 11 de outubro, onde a Frente de Libertação de Moçambique ( Frelimo, no poder) foi anunciada como vencedora em 65 das 64 autarquias, à exceção da Beira, ganha pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceiro partido parlamentar.

Ossufo Momade reiterou que o seu partido não vai recuar até que se reponha a “verdade eleitoral”, considerando que a Renamo tem provas (editais) que mostram que o partido venceu em diversas autarquias.

“Exortamos a todos os amantes da paz, democracia e do bem-estar a continuarmos firmes na luta pela reposição da vontade expressa no dia 11 de outubro, porque somos por eleições livres, justas e transparentes”, declarou.

O presidente do principal partido de oposição em Moçambique criticou também a atuação da polícia moçambicana durante os protestos em diversos pontos de Moçambique, denunciando uma alegada perseguição aos seus membros.

“Há perseguição e detenções arbitrárias de cidadãos, bem como invasão e cerco às delegações políticas do partido Renamo, como a cidade de Nampula e Maputo-cidade, nesta última onde inclusivamente houve vasculha no terraço do edifício”, afirmou Momade.

“É inexplicável que nesta senda de autêntico terrorismo da Polícia contra os cidadãos e o Estado estejam envolvidos cidadãos vestidos à civil empunhando e disparando armas como se tratasse de mercenários”, acrescentou o líder da Renamo, em alusão a um grupo de homens armados, presumivelmente da polícia, que foram vistos, à paisana, procurando manifestantes na sexta-feira no meio da agitação em Maputo. 

As sextas eleições autárquicas em Moçambique decorreram em 65 municípios do país no dia 11 de outubro, incluindo 12 novas autarquias, que pela primeira vez foram a votos.

O principal partido da oposição tem promovido, um pouco por todo o país, marchas de contestação aos resultados das eleições de 11 de outubro, juntando milhares de pessoas que denunciam uma alegada “Mega fraude” no escrutínio.

Um agente da polícia e um jovem morreram durante manifestações ocorridas em Nampula e em Nacala contra os resultados das eleições autárquicas, segundo o Centro de Integridade Pública (CIP), uma Organização Não-Governamental (ONG) moçambicana que observa as eleições.

Jornal Visão Moçambique
Author: Jornal Visão Moçambique

Jornal moçambicano que inova na maneira de informar.


Descubra mais sobre Jornal Visao Mocambique

Subscribe to get the latest posts sent to your email.

By Jornal Visão Moçambique

Jornal moçambicano que inova na maneira de informar.

Related Post

Descubra mais sobre Jornal Visao Mocambique

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading

Enable Notifications Sim Não, obrigado.