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Cultura

Trabalhadoras do sexo em Maputo denunciam abusos policiais

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Trabalhadoras do sexo na Rua de Bagamoyo, em Maputo, reunidas à noite, enquanto enfrentam riscos de violência e extorsão policial.

No ano 2019, um grupo de trabalhadoras do sexo, que exercem a sua actividade na Rua de Bagamoyo, na Baixa da cidade de Maputo, denunciaram agressões físicas e extorsões alegadamente protagonizadas por agentes da de Protecção. As afirmam ser frequentemente detidas, espancadas e forçadas a pagar quantias monetárias para serem libertadas.

O dilema vivido por aquelas mulheres volta ao palco este 2025, mesmo em meio a situação de em curso no , alguns agentes da Lei & Ordem, perpetuam desmandos. 

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Uma das trabalhadoras, que prefere manter o anonimato, relata que foi detida sem justificação e brutalmente agredida na esquadra. “Eu estava na pensão, saí do quarto e um agente deu-me um pontapé. Depois levaram-me para a esquadra. Lá dentro, pediram-me dinheiro. Como não tinha, bateram-me no estômago. Estou mal”, desabafou a jovem de 23 anos, que diz já ter passado mais de um mês na cadeia sem culpa formada.

Outro relato aponta que, em algumas ocasiões, as detidas são obrigadas a prestar serviços de limpeza nas instalações policiais, ou mesmo a manter relações sexuais com os agentes em troca da liberdade. “Às vezes, dizem que não há ninguém para limpar a esquadra e levam-nos à força para fazer o trabalho. Outras vezes, exigem dinheiro ou favores sexuais para nos deixarem sair”, denuncia outra trabalhadora do sexo, que opera na mesma área há mais de dez anos.

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As agressões, segundo as vítimas, acontecem tanto durante o dia como à noite, sem que haja qualquer intervenção por parte das autoridades. Testemunhas afirmam ter presenciado várias dessas situações, incluindo espancamentos públicos.

A Rua de Bagamoyo, conhecida como um dos principais pontos de actividade das trabalhadoras do sexo na capital moçambicana, acolhe profissionais deste ramo há décadas. Muitas delas afirmam não ter outra alternativa de e que, em vez de protecção, enfrentam perseguições constantes.

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Contactada sobre o assunto, a Polícia da cidade de Maputo ainda não se pronunciou sobre as alegações. Entretanto, as trabalhadoras do sexo exigem e respeito pelos seus , apelando às autoridades para tomarem contra os abusos.

Impunidade e marginalização

A prostituição em Moçambique continua a ser um tema controverso e marcado pela marginalização. Apesar de não ser oficialmente regulamentada, a actividade persiste devido a factores como a pobreza e a falta de oportunidades para mulheres em situação de vulnerabilidade. Enquanto isso, as denúncias de violência e extorsão policial colocam em evidência a necessidade de reformas e de uma maior sobre as acções das forças de segurança.

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A luta das trabalhadoras do sexo por dignidade e respeito continua. Entretanto, a resposta das autoridades e da sociedade civil poderá definir os próximos capítulos desta realidade vivida por muitas mulheres nas ruas de Maputo.

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