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Tribunal suspende deliberação da CTA sobre processo disciplinar de Álvaro Massingue e paralisa submissão de candidaturas

O processo eleitoral interno da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) entrou numa fase crítica, após o tribunal competente ter decidido suspender a deliberação da Comissão de Ética e Disciplina daquela agremiação, relacionada ao processo disciplinar movido contra o empresário Álvaro Massingue. A decisão judicial, proferida na véspera do prazo final para a submissão de candidaturas, lançou um manto de incerteza sobre a continuidade do calendário eleitoral e a lisura do processo.
Segundo apurou o Jornal Visão Moçambique, o documento judicial que determina a suspensão da deliberação já deu entrada nos serviços administrativos da CTA. Contudo, no momento da sua entrega, a Comissão Eleitoral da organização encontrava-se ausente, facto que impediu o registo oficial da candidatura de Massingue, cujo prazo final termina ao longo do dia de hoje.
Fontes internas indicam que os mandatários da Confederação das Câmaras de Moçambique (CCM), apoiantes da candidatura de Massingue, estão desde o início da manhã reunidos com a equipa jurídica da CTA. O encontro visa explorar mecanismos legais e institucionais que possam desbloquear a actual situação e garantir a submissão da candidatura, à luz do novo cenário jurídico.
A ausência da Comissão Eleitoral, em plena data limite para recepção de candidaturas, levanta dúvidas sobre a transparência e organização do processo eleitoral em curso. Algumas associações empresariais manifestaram, sob anonimato, preocupação face ao que consideram ser um “boicote tácito” e um “jogo institucional de exclusão”.
Recorde-se que Álvaro Massingue tem sido uma figura influente no seio do empresariado nacional, com forte expressão na advocacia empresarial e em projectos de dinamização económica regional. O processo disciplinar em curso contra si tem suscitado debates acalorados, tendo já sido interpretado por alguns sectores como uma tentativa de inviabilizar a sua ascensão à liderança da CTA.
Nos corredores da CTA, a tensão é visível, com membros a aguardar desfechos que possam clarificar a viabilidade das candidaturas e salvaguardar a integridade institucional do processo eleitoral. Até ao fecho desta edição, não havia qualquer pronunciamento oficial da Comissão Eleitoral ou do Conselho Directivo da CTA.
A expectativa recai agora sobre os desdobramentos do encontro entre os mandatários da CCM e os advogados da CTA, cujo resultado poderá ditar o rumo das eleições na principal plataforma empresarial do país.