As recentes declarações de Donald Trump sobre a possibilidade do BRICS criar uma nova moeda geraram controvérsias e destacaram a posição do ex-presidente dos EUA contra qualquer ameaça à hegemonia do dólar americano.
Durante um pronunciamento na plataforma Social X, Trump afirmou que exigiria um compromisso explícito dos países membros do BRICS para não desenvolverem uma moeda própria que pudesse competir com o dólar. Caso contrário, os países poderiam enfrentar tarifas comerciais de até 100% e restrições de acesso ao mercado norte-americano, que ele descreveu como “maravilhosa economia”.
Esse posicionamento ocorre em meio aos crescentes debates entre os países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, agora ampliado para incluir nações como Arábia Saudita, Irã e Etiópia) sobre alternativas ao dólar no comércio internacional.
Essa agenda ganhou força em cúpulas recentes do bloco, com destaque para a proposta de transacções comerciais utilizando moedas locais, o fortalecimento do Novo Banco de Desenvolvimento (liderado por Dilma Rousseff) e, potencialmente, a criação de uma nova moeda comum. O Brasil, sob a presidência de Luiz Inácio Lula da Silva, defende a diminuição da dependência do dólar como parte de um esforço para aumentar a autonomia económica do grupo.
Trump também enfatizou que, sob sua liderança, os Estados Unidos não seriam passivos diante dessas movimentações. Sua retórica reflete uma postura proteccionista, em linha com seu histórico de uso de tarifas comerciais como ferramenta de pressão política e económica, buscando reforçar o poder do dólar como moeda de reserva mundial e pilar do sistema financeiro global.
Essas ameaças levantam questões sobre as relações entre os EUA e os países do BRICS, especialmente o Brasil, que desempenha um papel central no bloco. Ainda não houve respostas oficiais por parte do governo brasileiro, mas as declarações de Trump sublinham os desafios geopolíticos e económicos que uma eventual mudança na dinâmica do comércio global pode trazer. Por outro lado, a reacção firme de Trump também pode influenciar os debates internos do BRICS e forçar os países a avaliar os riscos de confrontar directamente os interesses dos EUA.
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