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ÚLTIMA HORA: Bispo Carlos Matsinhe convoca reunião extraordinária após exigência de resignação
Após os últimos resultados eleitorais, publicados e contestados pela oposição população em várias partes do território nacional, sob direcção do Bispo Anglicano Carlos Matsinhe, os membros daquela congregação religiosa, terão enviado um ofício pedindo que este resignasse ao cargo.
A carta dos Bispos, Igreja Anglicana de Moçambique e Angola, entendem que a atitude do seu membro não merece mais respeito à congregação, pois, este coadunou com algo errado, “mentir no lugar de falar a verdade ou se demitir caso a situação forçasse”, ou seja, ele contrariou o que tem pregado e ensina no púlpito.
Amanhã, 14 de Novembro de 2023, segundo uma nota tornada pública, o Bispo Carlos Matsinhe, convocou uma reunião extraordinária cuja agenda versa sobre “Carta dos Bispos da IAMA exigindo a demissão imediata do Bispo dos Libombos”.
Depois de se ter reunido extraordinariamente o Conselho Anglicano de Moçambique no dia 22 de Outubro, entre muitas recomendações antes da publicação de resultados, disse:
-À CNE especialmente ao Bispo Dom Carlos Matsinhe e ao STAE, o Conselho Anglicano de Moçambique apela para observância da lei eleitoral e a prática da verdade. O povo moçambicano, os eleitores esperam de vós a honestidade, integridade, transparência, respeito e a verdade. Jesus Cristo exorta a humanidade para conhecer a verdade dizendo que a verdade vos libertará (Ev. João 8.32).
A exigência para o afastamento de Carlos Matsinhe da posição de bispo foi feita pela Igreja Anglicana de Moçambique e Angola (IAMA), entidade que cobre “a província eclesiástica” dos crentes destes dois países, lê-se na convocatória, feita pelo próprio bispo e assinada pelo administrador diocesano da Igreja Anglicana em Moçambique, Elvis Lucas Gumete.
Carlos Matsinhe é presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique e várias entidades já exigiram a sua demissão deste posto, no contexto da contestação pela oposição e diversas instituições dos resultados eleitorais anunciados por aquele organismo eleitoral.
A CNE anunciou a vitória da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, em 64 das 65 autarquias, à excepção da cidade da Beira.
A Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, que nas anteriores 53 autarquias (12 novas autarquias foram criadas este ano) liderava em oito, ficou sem qualquer município, apesar de reclamar vitória nas maiores cidades do país, com base nas atas e editais originais das assembleias de voto, tendo recorrido para o CC, última instância de recurso no processo eleitoral.
Alguns tribunais distritais chegaram a reconhecer irregularidades no processo eleitoral e ordenaram a repetição de vários actos eleitorais, enquanto na rua se realizam regularmente manifestações de contestação aos resultados anunciados, os quais terão ainda de ser confirmados pelo CC.
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SUA ENTRADA PARA A COMISSÃO NACIONAL DE ELEIÇÕES EM 2021
Dom Carlos Matsinhe, bispo da Igreja Anglicana, foi eleito, em Janeiro de 2021, como presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE).
Matsinhe obteve 11 votos dos 17 membros da CNE, contra seis do outro candidato, Apolinário João.
Na altura, Matsinhe prometeu trabalhar em coordenação com os seus colegas para cumprir cabalmente a missão conferida pela lei. Matsinhe foi proposto para a CNE pelo Conselho Cristão de Moçambique.
Os membros da CNE tomaram posse no dia 15 de Janeiro, em Maputo.
A CNE integra, entre outros, Carlos Cauio, Fernando Mazanga, Maria Anastácia Xavier, Barnabé Ncomo, Alice Banze e Salomão Moyane.