O megaprojecto de exploração de areias pesadas nos distritos de Jangamo e Inharrime, na província de Inhambane, permanece em compasso de espera há duas décadas, apesar dos investimentos já realizados.
Desde 2019, mais de 40 milhões de dólares foram aplicados, mas a exploração mineira ainda não arrancou.
Há, contudo, um novo sinal de optimismo. A Secretária de Estado de Inhambane revelou, após encontro com gestores da Montaba Mineral Saintes, que a empresa prevê iniciar a primeira fase da exploração no próximo ano.
Megaprojecto de areias pesadas em Inhambane adiado por 20 anos
As prospecções iniciais começaram em 2005 e, desde então, os estudos confirmaram reservas estimadas em 4,2 mil milhões de toneladas de ilmenite, rútilo e zircónio — minerais considerados estratégicos para a indústria nuclear, produção de tintas e várias aplicações tecnológicas.
O arranque tardio do projecto tem gerado debates a vários níveis. De acordo com a governante, a concretização depende essencialmente de duas componentes: legislação vigente e infraestruturas.
Do lado da empresa, há garantias de que as infraestruturas estão prontas.
Em relação às licenças, a licença mineira já foi atribuída. Contudo, a empresa ainda aguarda a emissão da licença ambiental e do DUAT (Direito de Uso e Aproveitamento da Terra), ambos em fase final de tramitação.
A Secretária de Estado sublinhou a importância de acelerar o processo:
“É preciso pressionar para que esses documentos saiam, de modo a permitir o arranque do projecto.”
No plano social, a Montaba Mineral Saintes anunciou que 70 famílias serão reassentadas da área de exploração mineira, no quadro da implementação do projecto.
Com a expectativa de início no próximo ano, o megaprojecto poderá finalmente sair do papel, após 20 anos de adiamentos e promessas.
Por: Agostinho Muchave
