Eleições no Malawi: Uma vergonha para Moçambique New

Por: Dávio David

O jornalista Salomão Moyana considera que se o país não aprender a organizar eleições como a República do Malawi, não adianta gastar mais dinheiro com Comissões Técnicas para o diálogo político inclusivo.

Na terça-feira, os malawianos foram as urnas para eleger o Parlamento e o Presidente da República, mas até quinta-feira da mesma semana já se conhecia o novo Chefe de Estado, que por sinal, não era o actual Presidente.

Ganhou o processo eleitoral, o candidato da oposição que era o anterior chefe de Estado, Piter Mutarica, do partido DPP.

Segundo Moyana, é incrível que na mesma semana que houve eleições, houve contagem de votos e na mesma houve resultados, e já na sexta-feira, o candidato presidencial derrotado, Lázaro Chakwera foi filmado a deixar o palácio presidencial pacificamente.

“Num país minúsculo como Malawi, que para muitos moçambicanos, não é nada, mas está aí o exemplo. Mas se forem a dizer que é porque tem pouca população, deixemos, aqui na África do Sul, o número de eleitores é três vezes, maior que o de Moçambique, o país é vastíssimo, entretanto, na mesma semana já se sabia o resultado, no Botswana foi a mesma coisa, na Namíbia, também. O único país da região onde custa dizer o resultado eleitoral é Moçambique”, lamenta Moyana.

Em regra geral, o sistema eleitoral de Moçambique precisa de no mínimo 45 dias depois da votação para “tentar organizar o resultado que não venha por em causa a unidade nacional e a unidade nacional é não pôr em causa o partido no poder “.

Todos países da região estão a mudar, tem alternância de poder desde a década 90, e não há recorrência das Unidades de intervenção Rápida para “balear manifestantes”.

“Estamos a atrasar no meio de países que estão a caminhar para o progresso. Se não aprendemos com Malawi, não adianta ter Comissões Técnicas onerosas para o diálogo político inclusivo”, defendeu Moyana no programa da MBC TV, neste domingo.

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