Com sua vocação tipicamente marítima, o Rio assume posição central no novo estudo-técnico do PEM-Sudeste, iniciativa que corresponde a praticamente metade de toda a área que o Brasil se comprometeu a ordenar até 2030 no âmbito da Amazônia Azul. A cerimônia de lançamento, realizada pela Fundação Getulio Vargas (FGV) no Estado, marca o pontapé inicial para o estudo que mobiliza mais de 60 pesquisadores e envolve os setores público, privado, a sociedade civil e os povos tradicionais. O Rio destaca-se como grande polo de interconexão da exploração offshore no Brasil, motor da indústria do petróleo, e ao mesmo tempo como palco turístico histórico ligado ao mar. Essa dupla identidade torna a cidade um local estratégico para o PEM-Sudeste: garantir o uso sustentável desse espaço marítimo significa articular tradição, desenvolvimento econômico, governança marítima e preservação ambiental. De acordo com o relatório do consórcio Sudeste Azul liderado pela FGV em parceria com a EnvironPact, o PEM-Sudeste busca ordenar o mar de forma equilibrada, considerando a diversidade de usos e a interdependência entre os atores. “Fazer o estudo técnico de uma região que representa mais de 85 % de toda a economia do mar, rica em diversidade e com uma ligação histórica e cultural com o mar desde o nascimento do país, não é simples. É um imenso desafio que nós vamos começar, e estamos já começando a enfrentar com uma equipe de mais de 60 pesquisadores. Mas mais importante que essa equipe é a interlocução que vamos ter com todos os setores públicos e privados e com a sociedade civil e povos tradicionais para construirmos juntos um ordenamento desse espaço que seja equânime para todos”, afirmou o Professor Doutor André Beirão, no encontro realizado no Rio.
O evento na FGV, realizado em 23 de outubro, marcou o alinhamento técnico-institucional entre governos estaduais, municipais e os setores estratégicos convidados a integrar o processo. Estima-se que a região Sudeste, com Estado do Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo, concentra uma parcela significativa da economia azul nacional, tanto na exploração de petróleo e gás offshore, na navegação, no turismo costeiro e nos serviços associados.
Essa iniciativa plena de sentido estratégico reafirma que o mar brasileiro não é apenas um recurso a explorar, mas um espaço a ordenar, cuidar, preservar e inovar. A interseção entre soberania nacional, resiliência climática, biodiversidade marinha e desenvolvimento socioeconômico sustentável está no cerne do PEM. A FGV, ao sediar esse momento no Rio, reforça seu papel como agente de transformação e formulação de políticas públicas capazes de impactar o futuro do país. Para o Estado do Rio, o estudo representa uma oportunidade para consolidar seu papel histórico ligado ao mar e projetar um futuro onde o turismo marítimo, a indústria offshore, a pesca e as comunidades costeiras floresçam de forma integrada e sustentável. A meta não é simplesmente gerir o uso do mar, mas assegurar que o progresso ali seja compatível com justiça social, equidade, proteção ambiental e transição ecológica justa, valores que reafirmam a força da economia azul como vetor de desenvolvimento humano.
PEM-Sudeste impulsiona a Amazônia Azul a partir do Rio




