Os acidentes rodoviários continuam a ser uma chaga em Moçambique. Só na última semana, três incidentes na N1, zona Sul, ceifaram a vida de pelo menos 35 pessoas, além de outros dois acidentes que fizeram mais seis vítimas.
O jornalista e analista Salomão Moyana criticou duramente a resposta do governo:
“Os acidentes no nosso país não começaram esta semana. Eles são recorrentes, mas a sua prevenção não é sistemática.”
Segundo Moyana, as deslocações de ministros e secretários de Estado aos locais das tragédias são apenas “episódicas” e sem efeito prático. A fiscalização, quando acontece, parece servir mais às câmaras de televisão do que à segurança rodoviária.
Citando um especialista em sinistralidade rodoviária, Salomão Moyana, recorda que, já houve alerta para a ausência de dados fiáveis sobre as zonas de maior risco e causas principais dos sinistros. Moyana recordou ainda medidas passadas, como a proibição de circulação de camiões e autocarros após às 21h00, introduzida pelo então ministro Tomás Salomão, mas que se perdeu com a sua saída.
Para ele, o país vive de improviso: “Já mataram bois, já galinhas, os régulos já ajoelharam. Mas os acidentes continuam. Isso não pode ser política pública.”
A solução, defende, exige governação estratégica: “Governar é planificar, é pensar correctamente e tomar medidas adequadas.” Entre as medidas apontadas estão cursos de condução defensiva, fiscalização séria nos pontos de partida e maior mérito técnico na gestão do tráfego.
Moyana concluiu com um alerta dramático: “Estão a morrer muitas pessoas, muitos jovens, senhoras indefesas e pais de família. Estamos a perder vidas na estrada.”