MATOLA: BALAS PERDIDAS FEREM DUAS PESSOAS EM MALHAMPSENE

Insegurança cresce nas zonas suburbanas de Maputo

Duas pessoas foram atingidas por balas perdidas na noite de Sábado, 18 de Outubro, no bairro de Malhampsene, província de Maputo, durante uma troca de tiros entre três viaturas em aparente perseguição. O incidente, que ocorreu por volta das 21 horas, voltou a expor a fragilidade da segurança pública e a sensação de medo que domina os bairros periféricos da cidade.

Segundo testemunhas, as vítimas — uma vendedeira e um consumidor de espetadas — encontravam-se nas suas rotinas diárias quando foram surpreendidas pelos disparos. Ambas foram socorridas com vida, mas uma delas continua internada numa unidade sanitária local, a receber cuidados médicos.

Moradores de Malhampsene afirmam que não conseguiram identificar os veículos envolvidos, mas relatam que, após os tiros, vários estabelecimentos comerciais encerraram de imediato, enquanto as ruas ficaram praticamente desertas.

Algumas casas foram atingidas por projécteis, e cápsulas foram encontradas nos quintais, confirmando a intensidade do tiroteio. Uma motorizada estacionada nas imediações também ficou danificada.

Até ao momento, as autoridades competentes ainda não se pronunciaram oficialmente sobre o caso, o que tem gerado indignação e sentimento de abandono entre os residentes.

Para os habitantes de Malhampsene, o episódio é apenas mais um reflexo da escalada de violência e da ausência de patrulhamento regular nas zonas suburbanas. “Vivemos num clima de medo. A qualquer momento pode acontecer o mesmo com qualquer pessoa”, lamentou um morador.

Mais do que um episódio isolado, o caso de Malhampsene levanta questões sérias sobre a eficácia das políticas de segurança e o papel das autoridades na protecção da vida dos cidadãos. As balas perdidas têm ceifado vidas inocentes e deixado famílias em luto, sem que haja uma resposta firme e sistemática por parte do Estado.

Enquanto o silêncio oficial persiste, cresce entre os cidadãos o apelo por justiça e responsabilização, num país onde o direito à segurança continua a ser uma promessa distante.

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