Denúncias internas expõem dirigente distrital
O ambiente político de Nacala-Porto está tenso. Gildo Ernesto Mugueira, delegado político distrital da RENAMO, é acusado de corrupção, agressão física e abuso sexual contra membros do próprio partido.
Segundo fontes internas, Mugueira terá desviado cerca de 75 mil meticais destinados a actividades políticas e administrativas. Militantes apontam má gestão e falta de transparência na aplicação dos fundos.
Acusações de agressão a ex-comandante da RENAMO
As denúncias não se limitam ao âmbito financeiro. Testemunhas afirmam que Mugueira agrediu fisicamente um ex-comandante das forças residuais da RENAMO, envolvido no processo de desmobilização e reintegração social. O caso, ligado ao Acordo de Paz e Reconciliação Nacional, provocou indignação entre antigos combatentes e membros de base.
Assédio sexual e abuso de poder no gabinete
As acusações mais graves envolvem alegações de assédio sexual. Fontes denunciam que Mugueira teria coagido militantes, sobretudo mulheres, a manter relações sexuais em troca de promessas de emprego na Assembleia Municipal de Nacala-Porto.
Relatos indicam que parte desses encontros aconteceu no próprio gabinete do delegado distrital. As vítimas, sob anonimato, dizem sentir medo de represálias e evitam apresentar queixas formais às autoridades.
Silêncio da liderança aumenta a crise interna
Apesar da gravidade, a liderança provincial da RENAMO ainda não se pronunciou. Esse silêncio está a gerar revolta e desconfiança entre membros de base.
Alguns exigem suspensão imediata de Mugueira e abertura de uma investigação independente. “Não podemos permitir que figuras que representam o partido estejam envolvidas em comportamentos que contradizem os valores da RENAMO”, declarou um dirigente local, pedindo anonimato.