Um cargueiro com destino à China foi interpelado e retido no Porto da Beira, na quinta-feira, ao meio-dia, para a inspecção rigorosa de 111 contentores de madeira, face a indícios de que a carga possa incluir toros de madeira (“madeira em touro”), cuja exportação está terminantemente proibida pela legislação moçambicana.
A operação é conduzida pelo Departamento Central de Fiscalização de Florestas, após denúncias que apontavam para potenciais irregularidades no processo de exportação.
“Temos suspeita de existência de madeira em toro nestes contentores. A denúncia recebida exige que façamos a devida confrontação, uma vez que há fortes indícios de irregularidades na carga que se preparava para embarcar”, declarou Arsénio Chelengo, Chefe do referido Departamento.
Até ao momento, foram inspeccionados três contentores, nos quais foi encontrada apenas madeira serrada. Todavia, o processo de verificação está numa fase incipiente e deverá estender-se a todo o volume de carga retida.
Chelengo assegurou que a fiscalização será minuciosa e abrangerá a totalidade dos contentores:

“Vamos trabalhar em todos os 111 contentores que se encontram a bordo. Qualquer informação adicional será oportunamente partilhada com a comunicação social. Neste momento, ainda estamos no início: parte da carga está a ser descarregada, mas falta muito por verificar”, frisou.
O responsável advertiu ainda para as consequências legais e diplomáticas, caso se confirme a tentativa de exportação ilegal.
“Se for comprovada a presença de madeira em toro, o Estado dispõe de mecanismos legais e acordos internacionais que permitem exigir o regresso da carga ao país de origem”, concluiu Chelengo.