Governo distrital de Magude activa comités de gestão de risco de desastres

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Governo distrital de Magude activa comités de gestão de risco de desastres

Governo distrital de Magude activa comités de gestão de risco de desastres

O Governo do distrito de Magude, província de Maputo, zona Sul do país, activou o comité técnico distrital e accionou os respectivos comités de gestão de risco de desastres locais como forma de se posicionar face à ameaça do fenómeno El Nino previsto na antevisão climática 2023-2024.


A medida tomada por orientação do Comité Operativo de Emergência a nível da província.
Paralelamente, o distrito já concluiu o plano de acção, instrumento fulcral para a implementação das acções no terreno, tendo em conta as projecções que dão conta de que mais de 710 famílias, correspondentes a perto de 4.000 pessoas, estão em risco de insegurança alimentar, para além de pouco mais de 1.000 hectares de produção agrícola que poderão ser afectados.
Os dados foram revelados hoje, em Magude, pelo administrador do distrito, Lázaro Bambamba, em entrevista a AIM, no quadro da monitoria das acções em curso para mitigação da seca e chuvas, acima do normal, prevista para aquele canto do país.
“Em relação à preparação do distrito de Magude para fazer face ao fenómeno El Nino, nós activamos o comité técnico distrital e, ao nível dos postos administrativos e das localidades, decidimos igualmente activar os comités locais, em coordenação com as associações agrícolas e criadores do gado bovino. Tomamos esta decisão porque não queremos improvisar, nem correr atrás do prejuízo”, disse o administrador.
Em Magude, estão em risco de aridez os postos administrativos de Mapulanguene, Motaze e Mahele, locais que a seca severa, que ocorreu em 2016, matou mais de 2.000 cabeças de gado, para além de prejuízos na actividade agrícola, abrindo uma crise de insegurança alimentar e desnutrição crónica.
Ainda no quadro de mitigação aos impactos da seca, provendo água tanto para o consumo das comunidades, como para o abeberamento do gado, Magude beneficiou-se da segunda fase do projecto de Recuperação à Seca e Resiliência, na qual já foram construídos quatro reservatórios escavados, perfazendo um total de oito, para além de sistemas multiusos.
O governo local tem aconselhado os produtores a apostarem em culturas de ciclo curto, de modo a aproveitar a chuva que caiu recentemente, antes dos efeitos do fenómeno El Nino, bem como o incentivo às culturas tolerantes à seca, nomeadamente a mandioca e a batata-doce, factor que desafia as autoridades a investir na cadeia do agro-processamento.
“Estamos a falar de um distrito que a sua bandeira é a produção de carnes vermelhas, logo, constituí prioridade o abeberamento do gado”, vincou.
Em contacto com AIM, a delegada provincial do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastre (INGD), Sara Matches, assegurou que decorre o mapeamento das zonas de risco na província de Maputo, concretamente nas comunidades que ainda não têm os reservatórios de água para o consumo, abeberamento animal e para a prática da actividade agrícola, com vista a redução dos impactos face à seca.
Revelou que a província de Maputo precisa de 84 milhões de meticais (cerca de 1,3 milhão de dólares) para intervenção em Magude, Matutuine e Moamba, apontados como regiões críticas, e conta com o apoio do Fundo de Apoio de Calamidades, assim que forem confirmados os alertas.
“Como sabemos, a seca é um fenómeno de progressão lenta, mas vamos sentir os efeitos mais severos”, salientou Sara Matches.
Refira-se que na segunda fase da recuperação à seca e resiliência, está em curso o Climate Insurance, Finance and Resilience Project (CLINFIREP), financiado pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e orçado em 47 milhões de dólares norte-americanos, para a construção de 20 Reservatórios escavados e 16 furos multiuso, com vista a mitigar os impactos da seca.
CLINFIREP é uma iniciativa que procura promover o desenvolvimento de infra-estruturas resilientes às alterações climáticas e a diversificação agrícola, utilizando práticas agrícolas climaticamente inteligentes.

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