ECONOMIA MOÇAMBICANA: RMB projecta crescimento em até 4,6% neste 2023

Segundo o Rand Merchant Bank (RMB), o ramo bancário Corporativo e de Investimentos do FirstRand Bank Limited — do qual o FNB Moçambique faz parte, é esperado um crescimento económico ao longo do ano em todo o continente africano, diversificado e fortemente dependente da flutuação dos preços das mercadorias. As tensões geopolíticas irão, igualmente, influenciar vários indicadores económicos, em 2023.

Apesar dos desafios, o investimento contínuo em toda a economia moçambicana tem estado a contribuir para uma perspectiva de crescimento em alta.

“Prevemos um crescimento económico real de 4,6% em 2023, contra uma taxa de crescimento esperada de 4,0% em 2022”, projecta Daniel Kavishe, economista do RMB.

A redução do preço do petróleo, ao nível mundial, implica uma diminuição da tendência de subida do custo da importação para Moçambique, se não considerarmos o risco de aumento dos preços do gasóleo — como se viu na segunda metade de 2022.

José Banze, Gestor de clientes Corporativo no Sector da Logística do FNB Moçambique diz ter muita expectativa em relação ao ano 2023, para o sector de logística, mineração, incluindo o Gás, Agricultura, Pesca e Hotelaria, este último, segundo ele, em franca recuperação.

“Apesar do abrandamento económico geral, acreditamos que a demanda e retoma das exportações moçambicanas de gás e carvão continuarão em 2023, devido à guerra entre a Rússia-Ucrânia”.

A principal preocupação para o RMB é o sector de consumo privado.

Kavishe acrescenta, que o aumento da inflação, os custos operacionais crescentes e as restrições de liquidez continuarão a ser particularmente desafiantes para a maioria das empresas no presente ano.

“Apesar de prevalecer um clima de confiança quanto à melhoria dos equilíbrios externos, reafirmamos que uma inflação mais elevada, os ataques persistentes à segurança, embora numa área isolada, e padrões meteorológicos erráticos, são riscos que irão comprometer o desempenho económico”.

A previsão do RMB aponta para uma subida média da inflação na ordem dos 8,7% em 2023, com base em estatísticas e taxas de juro jamais elevadas que limitarão os gastos dos consumidores ao longo do ano. 

A inflação alimentar será menor relativamente a 2022, confirmando-se a actual trajectória de inflação mais controlada em 2023 em comparação a 2022. Além disso, o aumento das reservas de tesouraria deverá resultar, com o tempo, num perfil de inflação mais baixo e contido — para reduzir a liquidez no mercado.

O Banco prevê que a inflação, a médio prazo, normalize para um dígito. No entanto, os riscos e incertezas associados às projecções de inflação permanecem elevados.

“Ao nível interno, destacam-se as crescentes pressões para o aumento da actual despesa pública, incluindo aumentos salariais. A isto acrescem as incertezas relativas ao impacto dos choques climáticos sobre o fornecimento e comercialização de bens e a evolução dos preços fixados, incluindo o seu efeito sobre os preços de outros bens e serviços”, conclui Kavishe.