Prémio José Craveirinha em 2014, Luís Bernardo Honwana será o escritor em destaque na Feira do Livro de Maputo que acontece na cidade de Maputo de 20 a 22 de Outubro. A feira acontece em formato misto, presencial e digital.
“Luís Bernardo Honwana nasceu na cidade de Lourenço Marques, actual Maputo, em 1942. Logo após seu nascimento, sua família muda-se para o interior de Moçambique, retornado para capital em 1959, período que o jovem Honwana passa a se dedicar ao jornalismo.
É nessa época que desenvolve amizade com o poeta José Craveirinha, não restrita apenas ao âmbito literário, como também, ao político. Exemplo disso é quando ambos são presos em 1964, ano do início da Guerra da Independência, também conhecida como Luta Armada de Libertação Nacional – conflito armado para libertar Moçambique do regime opressor colonial português. Honwana e Craveirinha fizeram parte da FRELIMO – Frente de Libertação de Moçambique – razão pela qual foram presos. Também em 1964, Honwana, com 22 anos, publica seu único livro, Nós Matamos o Cão Tinhoso. Essa antologia de contos o colocou como um dos nomes mais importantes da literatura de seu país.
Em seu livro, Honwana mostra-se como um indivíduo comprometido com a emancipação política, pois nele dá voz aos oprimidos, aos subalternizados pela colonização europeia, denunciando a violência e os males advindos da colonização. “Nós Matamos o Cão Tinhoso”, a partir da edição de 1980, é composto por sete contos: “Nós Matamos o Cão Tinhoso”, “Inventário de Imóveis e Jacentes”, “Dina”, “A Velhota”, “Papá, Cobra e Eu”, “As Mãos dos Pretos” e “Nhinguitimo”.
Em todas essas narrativas, é retratado o contexto opressor vivido pelos moçambicanos durante o período colonial, revelando 16 o questionamento da realidade social vigente. Para tanto, é enfatizado aspectos como a violência material e simbólica, o racismo e todo tipo de injustiças sociais e económicas, as quais era submetida a população moçambicana. Nesse sentido, ao se referirem ao livro “Nós Matamos o Cão Tinhoso (1980), Macêdo e Maquêa (2007) dizem que ele é “considerado como o livro que emancipa a narrativa com relação à poesia na literatura moçambicana, traz, nos contos que compõem esse livro, acentos muito marcados pela política tensa do país” (MACÊDO; MAQUÊA, 2007, p. 32)’’.
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